Publicada em 23/05/2005 às 09h19
A Paraíba comemora nesta segunda-feira (23) o aniversário de um ano do primeiro transplante de coração realizado no Estado. O cirurgião Maurílio Onofre Deininger, chefe da equipe de transplante cardíaco do Hospital Unimed JP, única instituição da Paraíba autorizada pelo Ministério da Saúde para realizar este procedimento, afirmou que fazendo um balanço destes doze meses, o saldo é positivo.
O cirurgião informou que, em todo o Brasil, são realizados pouco mais de 100 transplantes cardíacos por ano. Na Paraíba, em doze meses, foram feitos 5. Isso significa que o Estado, no primeiro ano em que realizou este tipo de procedimento, respondeu por aproximadamente 5% do total de transplantes de coração do País.
A primeira paciente a ser submetida ao procedimento, Maria Luzinete Faustino, também tem muito que comemorar. Um ano depois da cirurgia, ela pode levar uma vida normal. Esta experiência, Luzinete contou ontem (22) no programa Viver Bem, produzido pela Unimed JP.
Sábado passado, para comemorar o aniversário de um ano do transplante, foi realizado o I Simpósio Paraibano de Insuficiência Cardíaca, no Hotel Ouro Branco, em João Pessoa. Durante o evento, especialistas discutiram as novas técnicas para tratamento deste problema que atinge cerca de 4 milhões de pessoas no Brasil. "O simpósio teve um público muito bom. Contamos com a participação de colegas de estados vizinhos, como Rio Grande do Norte e Pernambuco", informou Maurílio Onofre.
Procedimento pioneiro na África
O primeiro transplante de coração do mundo foi realizado em 1967, na África do Sul, pelo médico Christian Barnard, cirurgião da Cidade do Cabo. O paciente tinha 55 anos e sofria de uma doença cardíaca incurável. Como na época não eram conhecidos os efeitos de um procedimento do tipo, a exemplo da rejeição do órgão, o paciente morreu 18 dias após a cirurgia, vítima de uma infecção pulmonar.