Um dos sintomas físicos da ansiedade é a alteração no apetite, em que a pessoa pode apresentar redução na vontade de se alimentar ou comer muito, repetidas vezes, mesmo sem estar com fome. Neste segundo caso está o risco da compulsão que pode gerar sentimentos de culpa, arrependimento, vergonha, tristeza.
O psicólogo da Unimed João Pessoa, Aldir Pereira, explica a relação entre a ansiedade e o desenvolvimento da compulsão alimentar. Segundo ele, é como se a pessoa ingerisse alimentos em excesso para amenizar sentimentos que esteja vivenciando, como angústia ou tristeza. “Isso acontece, porque temos algo chamado sistema de recompensa cerebral. Ao obtê-las, a pessoa sente um prazer. Esse prazer é uma recompensa por ter obtido ou feito algo que está ligado à sua sobrevivência. Logo, a alimentação tem significados que vão bem além da mera função nutritiva, pode, por exemplo, representar um ‘prazer imediato’ e, portanto, servir para aliviar e compensar sentimentos tidos por negativos, como tristeza, angústia, ansiedade e medo”, detalha.
Ele ainda reforça que é mais comum na compulsão alimentar a ingestão de doces. Para quem tem esse distúrbio alimentar, é como se a comida levasse um conforto e satisfação para a dificuldade emocional que o paciente esteja enfrentando naquele momento.
SINTOMAS DA COMPULSÃO ALIMENTAR:
- Ingestão exagerada de alimentos
- Comer mais rápido que o normal
- Comer mesmo sem fome ou saciado
- Se alimentar sozinho ou escondido de outras pessoas
- Apresentar sentimentos de culpa, tristeza, frustração, angústia, arrependimento e vergonha após comer em grande quantidade
TRATAMENTO
Assim como outros transtornos alimentares, a compulsão tem tratamento e cura. O primeiro passo é a pessoa reconhecer que está doente e precisa de ajuda profissional, incluindo a psicoterapia. No entanto, muitas vezes, o paciente pode esbarrar no medo do julgamento social quando outras pessoas têm conhecimento do problema que ele está enfrentando. “Sentimentos de culpa e cobranças podem inibir as pessoas a buscarem tratamento. O medo do estigma pode levar a pessoa a evitar a busca por cuidados médicos, fazendo com que ela resista ao tratamento e prevenção do avanço da doença. Uma forma de enfrentamento ao transtorno é o acompanhamento psicológico fortalecido pelo suporte familiar e de grupos de apoio que servem também como espaço de compreensão e enfrentamento do preconceito”, alerta Aldir Pereira.
Ele destaca ainda a importância da psicoterapia tanto para o tratamento da ansiedade quanto dos transtornos gerados a partir dela, como é o caso da compulsão alimentar. “Além de trabalhar na identificação de gatilhos e padrões de pensamentos associados ao transtorno, o psicólogo possui ferramentas que podem ajudar as pessoas no enfrentamento de suas demandas, gerando bem-estar e mais qualidade de vida”, finaliza.
OFICINA GRATUITA
Todos esses benefícios serão abordados na oficina “Ansiedade e compulsão alimentar”, que será ministrada no próximo dia 24, das 19h30 às 20h30, de forma on line, por Aldir Pereira. CLIQUE AQUI PARA PARTICIPAR!