A edição de ontem (17) do Jornal O Norte traz uma entrevista com o presidente da Unimed João Pessoa, Aucélio Melo de Gusmão.
Na conversa com o jornalista Luiz Carlos de Sousa, diretor de Jornalismo dos Associados Paraíba (grupo ao qual O Norte pertence), Aucélio Gusmão aborda, entre outros assuntos, a situação econômico-financeira da Unimed JP, as novas diretrizes do mercado e o processo interno para a eleição da nova diretoria da Cooperativa.
Confira abaixo a íntegra da entrevista, que foi publicada nas páginas A4 e A5 do Jornal O Norte:
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"A OPOSIÇÃO NÃO CONSEGUE PROVAR UMA ACUSAÇÃO”
Aucélio Gusmão Presidente da Unimed João Pessoa fala do trabalho da instituição e rebate críticas da oposição à sua campanha à reeleição
O médico Aucélio Gusmão é uma daquelas pessoas contidas, que parecem não se entusiasmar quando tratam de qualquer assunto, tal a seriedade com que encara os problemas. Mas revela uma característica que muda completamente a idéia de quem interage com ele, quando o assunto é Unimed. Candidato à reeleição para a presidência da Unimed João Pessoa, Aucélio revela todo o trabalho de recuperação desenvolvido na cooperativa dos médicos, fala dos planos para ampliar a qualidade do atendimento aos cooperados e aos usuários, conta como foram as negociações para a solução de um grave problema da instituição que era o passivo tributário e anuncia mais investimentos em promoção da saúde, com investimentos em educação. Em seu gabinete, na sede da Unimed, ele recebeu Luiz Carlos de Sousa a quem confidenciou também uma grande preocupação com a responsabilidade social e a inclusão digital de crianças carentes. Com relação à oposição à sua campanha, disse que é falaciosa, falta com a verdade e distorce os fatos.
- O que leva o senhor a pleitear mais uma eleição para a presidência da Unimed João Pessoa?
- Costumo só me propor a fazer alguma coisa quando tenho o que oferecer. Quando retornei à Unimed no ano 2000, encontrei uma série de dificuldades e trazia comigo muita coragem para trabalhar e uma afinidade muito forte com o cooperativismo. Hoje, com dois mandatos, os problemas cruciantes que a Unimed experimentava foram equacionados e chegamos a um momento de consolidação da empresa, que não passava por bons momentos.
- Que graves problemas eram esses que a empresa enfrentava?
- Os problemas que mais angustiavam a Unimed eram, primeiro, tributários. Desde 1992 que ela não recolhia seus tributos. Acreditava a gestão da época que não eram devidos, mas a Justiça mostrou que eram. Aí havia um acumulado muito forte.
- E por que, a partir de 2000, quando o senhor assumiu, não se resolveu a questão, por exemplo, pagando a atualização do imposto, enquanto se negociava o débito?
- Porque tributo não é aceito que se pague a vez. Você tem que pagar de traz pra frente. E isso nos levou a longas negociações até que se equacionasse. Todavia, redundou também um volume de dinheiro bastante significativo que se teve que tirar da receita atual mensalmente.
-Como se compunha a dívida? Eram impostos federais, municipais?
- Impostos federais e municipal. Os federais, em 2003, fizemos uma negociação, aproveitando uma oportunidade que o governo federal ofereceu e dizia respeito a imposto de renda sobre lucro de aplicação financeira.
-Qual era o argumento da Unimed para não pagar o imposto?
- De que não era devido, mas depois foi matéria sumulada. E o outro argumento, muito forte também, era de contribuição social sobre o lucro. Afora esses dois federais, tínhamos que negociar com a Prefeitura, o ISS.
- Como era a dívida com a Prefeitura?
-Tínhamos duas ações de épocas diferentes. Na primeira autuação, o entendimento da Unimed era que não havia débito. E o da Prefeitura era o racional, o que a legislação previa. E a Prefeitura havia cobrado de acordo com o que nós entendemos hoje e que terminou redundando em lei.
- E o segundo processo da Prefeitura?
- Esse, podemos afirmar que houve um abuso na cobrança. O primeiro respeitava o ato cooperativo e o segundo não. Cobrava um percentual em cima de todo faturamento bruto. Ainda com relação ao primeiro processo, tivemos o cuidado, em 2003, de começar a provisionar os recursos, dentro do que nós entendíamos. Negociamos e mostramos que estávamos prontos para cumprir a legislação. Após as negociações entre a Unimed e a Prefeitura, o resultado foi transformado num projeto de lei enviado à Câmara, justamente para ter um respaldo maior, gerando uma lei que deixou de ser influenciada pela Unimed ou pela Prefeitura e passou ao julgamento da Câmara de Vereadores.
-Essa lei criou certa polêmica como se a Unimed fosse objeto de um benefício específico...
-Exatamente. Mas a Lei na forma que foi proposta se enquadra dentro do que prevê a legislação e dentro das autuações que havíamos sofrido, a primeira tinha sido dentro desse critério.
-Que outro grave problema financeiro o senhor herdou da gestão anterior?
- O outro grande problema foi o financiamento para construção do hospital. Nós assumimos no ano 2000 e nenhuma prestação do empréstimo contraído para construção do hospital havia sido paga. Nós assumimos a prestação número um.
-Era um atraso de quanto tempo?
-Era o seguinte: não era praticamente um atraso, mas o compromisso assumido, que não tinha sido pago. Na verdade, só tínhamos em atraso seis parcelas, mas havia todo o empréstimo para honrar. No final, com as correções feitas, o montante girou em torno de R$ 37 milhões. Para se tirar de uma receita do dia-a-dia e honrar foi custoso. Mas posso garantir que pagamos todas as prestações rigorosamente em dia e o empréstimo está quitado. O hospital está pago, pertence à Unimed, a seus médicos cooperados, seus clientes e à comunidade de João Pessoa.
-O hospital mudou o perfil?
-Nós demos outra feição. Criamos uma vocação diferente para se trabalhar com pacientes de alto risco, mais graves e, neste sentido, evoluímos de tal sorte que chegamos aos transplantes, que já são realizados na Paraíba. Transplantes de coração, de fígado com real sucesso e reconhecimento nacional.
-Por outro lado, o atendimento na urgência da Unimed é alvo de muitas reclamações...
- Na verdade, a dificuldade da emergência do hospital da Unimed é que ela foi programada dentro de um conceito de que existia emergência em todos os hospitais de João Pessoa. E, de repente, as emergências começaram a deixar de existir.
- Como se explica essa desativação da emergência nos demais hospitais?
- Não havia interesse pelo atendimento emergencial, especialmente noturno, nos finais de semana e feriados. E aí, repentinamente, sobrecarregou a emergência do Hospital da Unimed. Como não existem condições de tornar um prédio daquele em plástico, elástico, nós temos que repensar e, possivelmente, transferir para outro local. Não há espaço para estender aquilo. O que foi feito tá feito.
- Então, temos um impasse na emergência da cidade?
-Como houve esse problema dentro do conceito de emergência, criou-se um impasse. A rede privada não se interessou mais por isso.
- Por causa do peso da Unimed, que de certa forma asfixiou os hospitais?
- A Unimed teve um papel. Agora, o que sucedeu também foi que a medicina estatal, que dava uma boa sustentação, em nível de recursos à rede privada e que, de repente, esses recursos ficaram tão insatisfatórios que os privados desistiram do SUS. O governo também criou a rede pública com o Hospital de Trauma, a reforma do Santa Isabel, os hospitais nos conjuntos habitacionais, maternidades etc. Olhando por um plano geral, isso foi uma verba que saiu da rede privada. E isso significa muito.
- Mas alguns donos de hospitais reclamam que a remuneração pelo SUS ficou tão baixa que se tornou inviável. A saída foram os planos de saúde, mas com a chegada do hospital da Unimed, a rede privada voltou a sofrer uma nova grave pressão. Como o senhor avalia esse diagnóstico?
- A presença do Hospital da Unimed foi importante. Agora é preciso que se olhe que ele não foi o algoz da rede privada.
-Mas nenhum hospital privado está bem hoje...
-Ele foi um argumento forte para a cidade, para a qualidade da medicina que se pratica em João Pessoa, para o médico e para todos nós que moramos aqui. Posso garantir que em nível de intercâmbio - usuários de uma Unimed que eram atendidos por outras Unimeds - era uma conta altíssima para a cooperativa de João Pessoa.
- Por quê?
- Porque nós tínhamos um número altíssimo de usuários que se deslocava de João Pessoa para ir procurar os serviços principalmente em Recife. Isso não é justo, porque somos um Estado pobre, que não tem recursos, juntar uma verba aqui e repassar uma parte considerável para outro centro.
- O hospital da Unimed era realmente necessário, a partir desses argumentos que o senhor vem defendendo, inclusive com a deteriorização da rede privada?
- Eu acho que sim.
-Na relação custo/benefício para o cooperado, por exemplo?
-Eu creio que sim, porque se eu disponibilizo uma casa hospitalar que ofereça condições melhores, eu, o médico, vou me sentir muito mais confortável e vou ter chances de propiciar também um conforto e uma resolutividade melhor para meu paciente. Nós nos preocupamos muito com a rede privada porque os hospitais privados são nossos parceiros, colaboram conosco e em nível de internação ainda compramos 41% de nossas internações à rede privada. Então, precisamos ter uma preocupação grande com essa rede, porque se assim não ocorrer o nosso próprio usuário termina se recusando a ir para lá, para um hospital privado, e nós não temos condições de atender a todos no hospital da Unimed.
- Qual a relação da Unimed com os cooperados, tema que tem sido alvo inclusive de críticas da oposição, que tem acusado a cooperativa de se distanciar dos médicos em busca de um projeto mais mercadológico?
- O fundamento de toda cooperativa, sua essencialidade, é o médico cooperado e o seu cliente. Um não existe sem outro. A Unimed João Pessoa contemplou aquilo que é mais significativo, o que é mais interessante e o pleito maior da categoria médica que era a adoção para remuneração da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimento Médico. Chegamos a um patamar que muito poucas Unimeds no País atingiram.
-Por que a Unimed de João Pessoa é tão forte?
-Porque está bem gerenciada, não exagera nas suas cobranças, mas tem presença muito forte no acompanhamento dos seus processos, evita o desperdício. Se não tivéssemos tantas dívidas, como a tributária, que ainda vai demorar muito a ser paga, porque exige praticamente a receita de mais um mês, como se fosse possível ter treze meses no ano.
-Quanto a Unimed está investindo mensalmente no pagamento desse passivo tributário?
- Quase um milhão de reais. Porque nós temos que pagar duplamente. O atrasado e o atual. Isso pesa. É muito dinheiro.
- E como responder à oposição?
- A oposição sempre é assim. Com pertinência ou sem pertinência arma alguma coisa para dizer. Agora tem que ter o compromisso de dizer e provar. Não consegue provocar nenhuma acusação. É só bate-boca, o que não é construtivo.
- Como a Unimed de uma cidade como João Pessoa consegue ser forte mesmo em relação a cidades maiores e mais poderosas?
- Hoje, a Unimed representa muito do médico, das clínicas e hospitais e tem uma faceta extremamente importante: cumpre fielmente seus compromissos. Tem um dia aprazado que faz os pagamentos a todos os fornecedores, que é o dia 20 de cada mês.
- E do ponto de vista do cliente, do número de usuários, o que torna a Unimed tão forte?
-Essa aceitação, essa adesão é significativa exatamente porque nós procuramos, exaustivamente, cumprir com o prometido. Se você vendeu, entregue. Principalmente se nós temos uma empresa de serviços. Serviço é uma promessa e o cliente compra a promessa. Não tem teste drive. Ele compra no escuro e nós temos que oferecer o melhor.
-Como o senhor recebe as críticas de que a Unimed hoje é um SUS de luxo?
- Eu não aceito essa tese porque médicos, nós temos bastante em todas as especialidades. O conceito de fila, de atendimento, isso tem que existir. Suponhamos que eu fosse um clínico, um cardiologista e vou atender 20 numa tarde. Não posso atender a todos de uma vez, não existe atendimento coletivo.
-Mas há a dificuldade para se marcar um exame mais sofisticado...
-Vamos tomar como exemplo a ressonância magnética. Nós temos três máquinas em João Pessoa e o atendimento tem que fluir em torno delas. E cada exame tem um tempo necessário. Essas clínicas estão abrindo até dia de sábado e com um compromisso social interessante que é para atender aos usuários do SUS. Particular ou outro convênio só se for emergência.
-Mas o senhor reconhece que há reclamações nesse sentido?
-São aquelas pessoas que acham que não deve obedecer a fila, que não deve existir fila para ela, apesar de ater acesso a telefone para marcar a consulta. Por exemplo, às vezes chegam reclamações aqui, de que o sujeito marcou o atendimento, recebeu da atendente uma indicação de que será recebida por volta das 18h e chega às 14h. Aí demora mesmo, solta desaforo, mas não tem cabimento. Essa tese de que é um SUS melhorado não é verdadeira.
- Outra grande reclamação que se faz é que muita gente que precisa de um atendimento de emergência vai para o Trauma e depois é transferido para a Unimed e o Hospital de Trauma não recebe nada da Unimed...
-Mas o SUS recebeu, porque todo paciente que é atendido vai chegar uma conta aqui de ressarcimento ao SUS. Porque o hospital público cobra do SUS e o SUS, que tem o cadastro de usuários de todas as operadoras de saúde, confronta e manda cobrar através da Agência Nacional de Saúde.
-Então, essa reclamação não procede?
-Não procede. Agora não posso lhe assegurar se esses valores são repassados para a unidade. É uma prática comum. Às vezes, a conta chega, mesmo sendo em relação a um ex-usuário ou a um usuário que ainda tem carência a cumprir. Mas o relacionamento com a Agência Nacional é muito bom. Basta justificar um erro, por exemplo, que não há problema. Mas é cobrada. E paga.
- Hoje há muitos tipos de planos de saúde, inclusive regulamentados e não regulamentados. O que o usuário deve fazer para dispor de todos os serviços que a Unimed pode prestar?
-O ideal para qualquer operadora de plano de saúde é que todos os planos sejam regulamentados. Na verdade, depois de 1998, quando surgiu a Agência Nacional de Saúde, os atendimentos foram multiplicados e a própria ANS criou o rol de procedimentos médicos que são obrigatórios. Menos do que aquilo não é plano de saúde. Também foi facultado, aí está o problema, regulamentar o plano ou permanecer no plano antigo.
- Mas o cliente acaba recorrendo à Justiça para ser atendido...
-Aí é um outro problema grave que enfrentamos: as liminares. O plano não dá direito a todos os serviços, mas na hora que o usuário precisa, ele se socorre da Justiça e chega uma liminar obrigando a fazer. Naturalmente, o raciocínio dos juízes é de que o direito à vida sobrepuja o direito econômico. Mas para a operadora gera um problema, porque nas planilhas de preço, aquele serviço não é contemplado pelo plano. Se você tem um plano antigo, você paga menos. E se você quer receber por um maior, alguém vai perder: a operadora. É um constrangimento ter que oferecer por via judicial o que não foi comprado. E o cliente foi quem escolheu.
-A oposição diz que a Unimed remunera mal os médicos...
- Isso é discurso de oposição, inconsistente. Discurso de quem quer dizer e fazer, mas são discursos falaciosos, não são verdadeiros. No contexto geral da sociedade o médico realmente hoje ganha bem menos do que ganhava antigamente.
-Mas, essa análise, o senhor está fazendo em relação à categoria como um todo...
- Ao todo, inclusive os atendimentos particulares. Por exemplo, eu sou anestesiologista. Acho que deveria ser melhor remunerado, mas chegamos a uma compressão dentro do processo econômico, que há muitos colegas que atendem ao cliente privado pelo preço do convênio, porque se ele for cobrar o que ele merece o que é justo, o cliente não vai ter condições de pagar. A dificuldade é geral. E nós, como cooperativa, repito: nós vivemos muito bem, obrigado. Nós somos Nordeste, Paraíba, e estamos no ranking entre as 10, 15 que melhor remuneram o médico.
- Quais os planos para o próximo mandato, caso os cooperados o reelejam presidente?
-A certeza que tenho é de que o cooperado confia. Nós conseguimos conquistar essa palavra-chave: confiança. Temos uma militância médica muito longa. Somos anestesistas há 36 anos e como pertenci à Universidade por um longo período, tenho amizade com médicos mais velhos, da minha geração e mais novos.
- Mas quais seriam os compromissos?
-Uma vez equilibrada a Unimed, o grande compromisso social é buscar remunerar cada vez melhor o trabalho médico. Não podemos deixar de realçar também que temos que buscar a modernidade da prática médica, inclusive tecnológica. No ano passado, por exemplo, trocamos o tomógrafo da Unimed. Temos também o compromisso de fazer com que as coisas aqui dentro da Unimed aconteçam da forma mais convincente possível para nosso cliente.
- Algum projeto especial?
-Acho que será um ponto marcante nesse quadriênio, que certamente nós vamos inaugurar, o trabalho de promoção à saúde. A empresa que não se envolver com a promoção da saúde não será feliz, porque passou, acabou aquela história de tratar a doença. Você tem que prevenir doença, tem que ter programas que eduquem as pessoas, que façam com que elas não adoeçam ou que aprendam a conviver com suas doenças crônicas.
- Sai mais barato?
-Muito mais barato. Hoje as estatísticas mostram que para cada real que você gasta para prevenir você evita gastar cinco para curar. Nós temos aqui grupos funcionando de diabéticos, de tabagistas. A qualidade de vida dos integrantes desses grupos melhorou substancialmente. Há também o grupo de saúde da mulher, de cardiopatas. No caso dos diabéticos, nós tínhamos pacientes que se internavam todo mês. E cada internação dessa é cara, custa três, quatro mil reais, além do fato, que machuca muito a gente, cada vez que um paciente se internava, ele deixava um pedacinho dele, arruinando mais alguma coisa. Começa com diabetes, depois desenvolve insuficiência renal, insuficiência coronariana, tem circulação periférica comprometida, perdeu um dedo, um pé, uma perna, perdeu a visão. E esses pacientes, a grande maioria, no último ano, não se internou nenhuma vez. Foi economia para a Unimed e ganho qualitativo para o usuário. Vamos evitar que as pessoas adoeçam. Vamos também investir na capacitação tanto dos nosso profissionais como dos paramédicos, para que o cliente tenha o melhor atendimento possível diante de suas angústias.
-Algum investimento em responsabilidade social?
- Temos o Unigente, que nos surpreendeu, porque a gente programou um crescimento X, mas ele teve uma aceitação tão grande que superou todas as expectativas. Um exemplo, uma empresa como a Unimed, periodicamente, tem que mudar seus computadores. Nós criamos um programa de inclusão digital que não precisa de luxo. Um menino com calção e camiseta vai aprender a lidar com a informática. É uma contribuição fantástica. Todos esses fatos que nós conseguimos oportunizar dentro da Unimed é que nos credenciam a pleitear uma reeleição.
-Mas há críticos que vêm na reeleição um continuísmo...
- Eu costumo dividir isso em duas partes. Continuísmo é o pejorativo. É permanecer sem ter o que oferecer. É o vício. Permanecer porque quer ocupar aquela função. Agora, arrumo forças na minha proposta e o reconhecimento dos cooperados, preferindo falar de continuidade de um trabalho de resultados, prestado com responsabilidade e que são facilmente constatados se perguntado a qualquer médico ou a qualquer cliente da Unimed.
- O que tem a Unimed que gera tanta disputa em período eleitoral?
- A disputa pelo poder é universal e vem de tempos remotos. E essencialmente quando se trata de uma empresa que está desfrutando de uma situação de equilíbrio e que tenha se desenvolvido a tal ponto de ser colocada no rol das grandes empresas do Estado. É da natureza humana pleitear, cobiçar, querer ser o dirigente. Isso, muitas vezes, sem a preocupação de saber se está preparado, se entende do negócio que pretende dirigir. Mesmo assim cobiça. Como se trata de uma empresa de vulto, toda iniciativa que existe em torno é motivo de notícia. Mas alguns, de maneira até leviana, terminam trazendo a público uma discussão efêmera que compromete até a própria marca.