A partir do dia 15 de maio, o Ministério da Saúde deve adotar o modelo norte-americano para a distribuição de órgãos na lista de espera por transplantes. O critério utilizado neste modelo é a gravidade de cada paciente. Atualmente, prevalece a ordem de inscrição do paciente que precisa desse procedimento. Este assuntou foi discutido nesta quarta-feira, 30, no ° Encontro de Cirurgiões Transplantadores de Fígado do Nordeste, evento realizado no auditório do quarto andar do Hospital Unimed. As mudanças na distribuição de órgão foram explicadas pelo médico paulista Paulo Artur Fontes, diretor do maior centro transplantador de fígado dos Estados Unidos, que fica localizado na cidade de Pittsburgh, na Pensilvânia. Durante seu pronunciamento, Paulo Fontes mostrou como essas medidas vão funcionar na prática. Na avaliação do médico, este seria o modelo mais justo. Ele destacou que cerca de 3.400 pacientes nos Estados Unidos já foram beneficiados por este programa. "Acredito que este modelo é o mais justo porque se baseia em critérios médicos e não em critérios cronológicos", comentou. Segundo ele, o Brasil passará a integrar o grupo dos melhores centros de transplante do mundo depois que adotar este novo modelo. Sobre a polêmica da sobrevida dos pacientes transplantados, Paulo Fontes lembrou que existem estudos que comprovaram que a taxa de mortalidade está se mantendo a mesma, seja através do modelo de distribuição de órgãos adotado hoje ou pelo critério de priorizar o paciente mais grave. O encontro também discutiu a criação de uma Liga Nordestina para tornar a região ainda mais capacitada para realizar grandes transplantes e lutar por uma maior distribuição de órgãos. Cássio Virgílio Oliveira, chefe da equipe de transplantes do Hospital Unimed e organizador do evento, contou que os cirurgiões transplantadores de fígado do Nordeste também vão unir para montar um grupo de estudos científicos. PRESENÇAS Participaram do evento cerca de 50 cirurgiões transplantadores de fígado do Nordeste e algumas autoridades em transplantes, como o médico Paulo Chap-Chap, coordenador do Registro Nacional de Doadores Vivos. Também marcaram presença o secretário de Saúde do Estado, Reginaldo Tavares, Aucélio Gusmão, presidente da Unimed JP, e Rosângela Escorel, coordenadora da Central de Transplantes. O médico paulista Paulo Artur Fontes disse que Cássio Virgílio Oliveira é um "talento internacional" e que ele está orgulhoso de ver um programa de transplantes de fígado que foi implantado com sucesso no Nordeste.