Cada crença falsa sobre a depressão aumenta a dificuldade de compreender o real sentido do transtorno e a capacidade de tratá-la. Parte do problema já vem do nosso vocabulário sobre a área de saúde mental, mas é que nós usamos a palavra depressão para descrever tantas e tantas experiências afetivas, que o sentido médico da palavra pode se perder no meio a tantos significados.
Por conta de que um simples mau humor que é uma experiência universal, muitas pessoas podem achar que sabem tudo sobre a depressão. Mas, essa afirmação não é verdadeira. Confira os principais mitos que rondam a doença.
ESCLAREÇA
Veja os mitos que podem comprometer o diagnóstico precoce da depressão:
1º Mito: depressão não é uma doença médica - A depressão é uma condição médica séria que afeta não só o humor e pensamentos, como também todo o organismo da pessoa. As pesquisas mostram que a depressão tem causas genéticas e biológicas. Pessoas deprimidas apresentam maior nível de estresse e podem sofrer as consequências desse fator.
2º mito: mesmo se a depressão for uma doença médica, não há nada que possa ser feito - A depressão é tratável e mais de 80% dos indivíduos com transtornos depressivos melhoram com o tratamento. Medicamentos modernos e novos tratamentos continuam sendo descobertos. O primeiro passo para um tratamento efetivo é uma avaliação por um especialista que faça o diagnóstico diferencial, como por exemplo, uma depressão que pode estar ligada a um problema na tireóide. Mas, uma vez que seja diagnosticada a depressão, o médico precisa decidir por um tratamento que inclua medicamentos, psicoterapia ou a combinação dos dois.
3º mito: depressão não é diferente de "ficar pra baixo" e isto é parte normal da vida - Fazer um paralelo entre "ficar pra baixo" e ter depressão seria o mesmo que dizer que resfriado é igual à pneumonia. Muitas vezes nos decepcionamos, ficamos tristes, seja por um evento estressor, ou porque não formos lembrados por alguém que gostamos, ou em consequência de um fato, às vezes, até por conta de um dia chuvoso. Mas, essa tristeza dura muito pouco, geralmente, um dia ou dois. Já a depressão pode durar por toda a vida, e a doença é muito mais invasiva e limitante. Ninguém se suicida por conta de tristeza.
4º mito: pessoas que pensam que têm depressão estão apenas tristes com elas mesmas - A depressão afeta 20 milhões de pessoas anualmente, só nos EUA. Muitos indivíduos famosos tiveram depressão, como Alexandre, o grande; Napoleão Bonaparte; Abraham Lincoln; Theodore Roosevelt; Winston Churchill; George Patton; John Brown; Robert E. Lee; Florence Nightingale; Sir Isaac Newton; Michelangelo e muitos outros. Não exatamente pessoas que só ficaram chateadas por algumas situações cotidianas.
5º mito: você pode mandar a depressão ir embora. Caso contrário é um fraco - A depressão não pode ser banida, tanto quanto um ataque cardíaco ou diabetes. A depressão é um transtorno neuroquímico no organismo, que não pode ser superado simplesmente pelo pensamento positivo ou firme determinação. Devido ao estigma ainda grande pela doença mental, procurar ajuda para a depressão é um ato de coragem e força e não fraqueza.
6º mito: para algumas poucas pessoas afortunadas, a depressão pode ir embora por ela mesma - Mas, para quase todos nós, a depressão pode se arrastar por meses, anos ou indefinidamente. A depressão pode ir embora por ela mesma, mas para retornar no futuro; uma vez que um indivíduo tenha um episódio de depressão, ele terá predisposição para ter outros episódios depressivos. A depressão maior é uma doença potencialmente fatal, e o suicídio pode ser o resultado final de muitos que esperam a depressão "passar sozinha sem tratamento".
7º mito: a depressão é parte normal do envelhecimento - A depressão não é parte esperada de um envelhecimento normal. Mas a idade faz com que nós experimentos muito mais das situações que podem deprimir uma pessoa: perda de um familiar, de amigos, outras doenças, isolamento e problemas financeiros. Além do mais, muitas pessoas com mais de sessenta anos, viveram numa época onde a doença mental era abertamente comentada e conhecida, e eles podem sentir-se mais constrangidos de falar sobre a depressão e ou pedir ajuda para o seu tratamento, em comparação a pessoas de menos idade, de outra geração. As maiores taxas de suicídio ocorre em maiores de sessenta e cinco anos, sendo os homens mais vulneráveis do que as mulheres. É imperativo que os idosos deprimidos procurem ajuda médica para a depressão, se houver.
Com informações do site Minha Vida.