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Médica alerta para importância do diagnóstico das hepatites

Publicada em 28/07/2014 às 07h

Fátima Duques é gastroenterologista e cooperada da Unimed João Pessoa Fátima Duques é gastroenterologista e cooperada da Unimed João Pessoa

Mais de 520 milhões de pessoas no mundo estão contaminadas com o vírus da hepatite B ou C, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No entanto, a maioria desconhece que tem a doença. As hepatites B (VHB) e C (VHC) são a causa principal de 78% dos casos de câncer de fígado no mundo.

Por conta disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou  28 de julho, esta segunda-feira, como o Dia Mundial contra a Hepatite, em homenagem à data de nascimento do prêmio Nobel de Medicina de 1976, Baruch Blumberg. Foi ele quem descobriu o vírus que causava a hepatite B e desenvolveu a primeira vacina contra essa doença. A finalidade da data é conscientizar a população que a hepatite virótica é um problema de saúde pública de alcance mundial, já que é uma das doenças infecciosas mais frequentes.

De acordo com a gastroenterologista e médica cooperada da Unimed João Pessoa, Fátima Duques, no caso dos vírus que causam as hepatites B e C, a transmissão ocorre pelo contato com o sangue contaminado. Assim como a hepatite B, a C pode evoluir para a cirrose e o câncer de fígado, sendo hoje a maior causa de transplante hepático. "São duas doenças diferentes, em geral silenciosas, muitas vezes detectadas já com complicações graves, sendo a hepatite C atualmente a principal causa de transplante hepático", afirmou.

ALERTA

Alguns hábitos e situações podem aumentar o risco de contrair a hepatite C. São eles: compartilhamento de seringas; de equipamentos não esterilizados (manicure, por exemplo), barbeadores, escovas de dente ou qualquer procedimento médico-odontológico que use instrumental perfurocortante sem as normas adequadas de biossegurança, além da relação sexual sem preservativo.

Fátima Duques texplica que fazer o teste de hepatite C (anti-HCV) é essencial em quem fez transfusões de sangue e derivados antes de 1993; quem faz hemodiálise; quem está gestante; quem tem (ou teve) algum evento como os citados acima, mesmo que não tenha sintomas. Qualquer médico pode solicitar o exame de detecção. Se positivo, há uma série de procedimentos posteriores.

Não existe nenhuma vacina que previna contra a infecção pelo variante C (VHC), que se transmite quase sempre por exposição a sangue contaminada / poluída, o que pode suceder em casos de transfusões de sangue ou pelo uso de seringuinhas infectadas. O tratamento é gratuito e disponível na rede pública. O principal objetivo é erradicar a infecção para evitar complicações, embora nem sempre isto seja atingido.

"Estamos vivendo um momento no combate à hepatite C em que dispomos de um novo, caro e mais eficiente tratamento, porém com indicação ainda restrita. Há perspectivas de, em dois ou três anos, surgirem novas medicações, com poucos efeitos colaterais e melhores índices de cura. Por outro lado, a maioria das pessoas contaminadas não sabe que tem a doença, pois nunca realizou o teste anti-HCV. Se não houver o diagnóstico, perde-se a chance de, com o tratamento, salvar vidas e impedir a transmissão desta doença considerada uma epidemia silenciosa", alertou a médica.

ARTIGO

A gastroenterologista Fátima Duques abordou o assunto em um artigo publicado no domingo (27) na coluna da Associação Médica, no Jornal Correio da Paraíba. Clique aqui para ler.