Publicada em 29/03/2005 às 11h29
Estatísticas oficiais apontam que cerca de 6,2 mil pacientes, atualmente, aguardam um transplante de fígado no Brasil. A espera pode demorar até 51 meses. Para acelerar o processo e diminuir o sofrimento dos pacientes, o Ministério da Saúde aprovou, no último dia 17, as mudanças de critério para disponibilização de órgãos entre as pessoas que precisam ser submetidas ao procedimento.
Este será um dos assuntos discutidos nesta quarta-feira (30) no Hospital Unimed JP durante o 1º Encontro de Cirurgiões Transplantadores de Fígado do Nordeste. A expectativa é que o evento, que se estenderá das 8h às 17h, reúna cerca de 50 participantes de toda a Região. Entre os convidados estará também o médico paulista Paulo Artur Fontes. Diretor do setor de transplantes de fígado do Centro Médico da Universidade de Pittsburgh, na Pensilvânia (EUA), Paulo Fontes é considerado uma das cinco maiores autoridades do mundo nesta área.
As novas regras para selecionar pacientes com direito a transplante de fígado foram baseadas no modelo americano que prioriza a gravidade do caso e não a ordem de inscrição na lista de espera, como ocorre atualmente no Brasil. O modelo deve entrar em vigor dentro de dois meses.
O cirurgião Cássio Virgílio C. de Oliveira, chefe da equipe de transplante hepático do Hospital Unimed JP e organizador do Encontro de Transplantadores de Fígado do Nordeste, informou que o médico Paulo Fontes mostrará como funciona na prática o novo modelo e quais as repercussões que teve nos Estados Unidos. Cássio Virgílio destacou, ainda, que durante o evento será discutida a criação da Liga Nordestina de Transplantes de Fígado e de um grupo de estudos nesta área.