Desde o dia 28 de setembro, mais brasileiros estão sendo considerados como portadores de excesso de colesterol, segundo a avaliação da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Isso porque, nesta data, metas mais baixas de colesterol para pacientes de risco intermediário e alto foram anunciadas pela SBC. A nova diretriz, apresentada no congresso nacional da categoria, pretende estimular a busca por índices mais baixos de LDL, o mau colesterol. Atualmente, 40% dos adultos e 20% das crianças e adolescentes brasileiros pertencem à categoria dos que possuem colesterol elevado, segundo pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) a pedido da SBC.
O colesterol alto é um dos principais fatores de risco para as chamadas doenças cardiovasculares, responsáveis, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), pela morte de 17 milhões de pessoas anualmente em todo o mundo.
Até então, o nível máximo aceitável de LDL no sangue era de até 100 miligramas por decilitro para pacientes com alto risco de doenças cardiovasculares - aqueles que têm histórico familiar e probabilidade de desenvolver uma série de problemas de saúde. Agora a luta deve ser para ficar com o colesterol abaixo de 70 miligramas. Já para aqueles em situações de risco intermediário, o nível de LDL deve ficar entre 70 e 100 miligramas e não mais de100 a 130 miligramas.
O colesterol é um tipo de gordura fundamental para o bom funcionamento do organismo. Porém, quando ingerido em excesso,pode resultar na formação de placas de gordura que se acumulam nas paredes das artérias pouco a pouco, dificultando o fluxo sanguíneo. Essa obstrução leva a problemas cardiovasculares graves. Para controlar os níveis de colesterol, evite comer gordura saturada, opte por alimentos que elevam o índice de HDL, o colesterol bom para o organismo, como oleaginosas, azeite de oliva, peixe (sem a pele!) e que ajudam a diminuir os níveis de LDL. Além disso, exercite-se regularmente, mantenha um peso saudável e evite o consumo de álcool e cigarro.
MITO E VERDADE
Confira alguns mitos e verdades sobre o colesterol:
-Muitos fatores contribuem para o aumento do colesterol. VERDADE: os principais fatores que ajudam são a alimentação, o sedentarismo e a predisposição genética.
-O colesterol vem de duas fontes: o organismo e a alimentação. VERDADE: o próprio organismo produz o colesterol no fígado, e o restante vem do que se ingere. Como o colesterol é uma gordura, não se dissolve no sangue. Assim, para se deslocar pela corrente sanguínea, tem que ser incorporado a algumas proteínas, dando origem a lipoproteína. As principais são as de baixa intensidade, LDL, e as de alta densidade, HDL.
- Quem tem tendência a colesterol elevado, precisa restringir o consumo de alimentos de origem animal. VERDADE: a gordura saturada, presente principalmente em itens de origem animal, aumenta a quantidade de colesterol no organismo. Então, vale ingerir com parcimônia óleos, leite não desnatado, ovos e carne vermelha, além, claro, dos industrializados como bolos, biscoitos, chocolates, tortas, sorvetes. Já as gorduras insaturadas, encontradas em alimentos de origem vegetal, são benéficas, e aí se incluem óleos vegetais (oliva, canola, soja, milho, girassol), nozes, avelãs e abacate.
-O colesterol desempenha várias funções importantes no organismo. VERDADE: trata-se de um composto vital que participa, por exemplo, da produção de hormônios sexuais, vitamina D e bile, esta última necessária para realizarmos a digestão das gorduras vindas da alimentação.
- A gema de ovo é uma das maiores fontes de colesterol. VERDADE: o ovo traz uma grande quantidade de colesterol na gema, cerca de 200 mg, que é mais do que 2/3 do limite recomendado pela American Heart Association, que é de 300 mg por dia. Mas é importante levar em conta que apenas parte do colesterol dos alimentos chega à corrente sanguínea e, se a ingestão desta gordura aumenta, o organismo compensa produzindo-a em menor quantidade. Por isso, a dica é não exagerar, ingerindo de um a dois ovos por semana.
- É bom evitar óleo de soja, que tem colesterol. MITO: conforme explica a nutricionista Natana Martins, o óleo de soja é de origem vegetal e, portanto, não tem colesterol. Para ficar bem entendido: esta substância é o principal esterol sintetizado pelos animais e não está presente em nenhum produto de origem vegetal.
- A berinjela ajuda a combater o colesterol. VERDADE: Estudo científico realizado com animais concluiu o efeito positivo da berinjela nos níveis de colesterol porque o vegetal, rico em fibras, sais minerais, vitaminas e flavonoides, inibe a absorção da gordura no intestino.
- Alguns sintomas ajudam a perceber que o colesterol está alto. MITO: quando este índice está elevado, o organismo não dá sinais.
- O colesterol alto só acomete pessoas idosas. MITO: o distúrbio pode ocorrer em qualquer indivíduo e de qualquer idade, embora seja mais comum nos que apresentam um estilo de vida associado à falta de exercícios físicos e alimentação inadequada.
- O colesterol alto pode ser combatido só com medicamentos. MITO: a disfunção pode ser controlada com um tratamento que tenha dieta personalizada, atividade física e fitoterápicos ou alimentos funcionais.
Com informações dos sites da Unimed do Brasil e Uol.