A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é a segunda maior causa de insuficiência renal crônica atualmente. A informação é da nefrologista Isabel Barroso, médica cooperada da Unimed João Pessoa.
“Uma vez atingidos, os rins lançam mão de mecanismos auto-protetores que, por outro lado, aumentam a pressão e conseqüentemente contribuem para a progressão da insuficiência renal e das complicações cardíacas e cerebrais”, explicou. De acordo com a médica, isso forma um ciclo vicioso que só é impedido com o uso correto de medicamentos anti-hipertensivos.
Isabel Barroso alerta, ainda, que os riscos de um quadro de insuficiência renal crônica aumentam quando a HAS é associada à dislipidemia, obesidade, resistência à insulina ou diabetes. Mas, ela lembra que nem toda pessoa com hipertensão arterial desenvolverá este tipo de problema.
A médica abordou este assunto no número 376 da coluna Unimed Saúde, publicada ontem (20) nos jornais Correio da Paraíba, O Norte e Jornal da Paraíba. O texto na íntegra está disponível abaixo e na versão online da coluna ou na seção “Consultório Médico”, ambos aqui no Portal Unimed JP.
ENCONTRO NO DIA 2
A Unimed JP lembra que está com inscrições abertas para o 6º Encontro Sobre Saúde para Clientes e não Clientes, que terá como tema ““Controle sua hipertensão. O seu corpo merece atenção!”. O evento será realizado das 7h30 ao meio-dia do próximo dia 2, no auditório do Shopping Sebrae, na Capital.
O encontro é aberto para pessoas hipertensas, independentemente de terem plano de saúde da Cooperativa ou não. As inscrições são gratuitas e estão sendo feitas pela internet (CLIQUE AQUI) ou por telefone na Coordenação de Promoção da Saúde, responsável pela organização. O telefone do setor é 2106-0714.
O ARTIGO
Pressão arterial alta e rim
A pressão arterial (dentro das artérias) depende de dois componentes: a resistência das paredes dos vasos e o volume de sangue circulante. Quando há aumento de um desses componentes ou dos dois, surge a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), que é caracterizada por elevação constante da pressão arterial, sempre acima de 140 por 90 mmHg (14 por 9). A forma mais freqüente (mais ou menos 95%) na população em geral é a idiopática, assim denominada porque não se sabe sua origem, apenas que há uma tendência hereditária e que o estresse, a vida sedentária e a ingestão excessiva de sódio (sal) são fatores ambientais capazes de desencadeá-la. A importância desse tipo de HAS advém da sua alta prevalência na população em geral (15% a 20% na faixa etária dos 30 aos 50 anos e aumento à medida que a idade progride) e das complicações em órgãos vitais como coração, cérebro e rins.
Na atualidade, a segunda maior causa de insuficiência renal crônica é a HAS. Uma vez atingidos, os rins lançam mão de mecanismos auto-protetores que, por outro lado, aumentam a pressão e conseqüentemente contribuem para a progressão da insuficiência renal e das complicações cardíacas e cerebrais, formando-se assim um ciclo vicioso, que somente é impedido com o uso correto de medicamentos anti-hipertensivos. Contudo, nem toda pessoa com aumento da pressão arterial terá insuficiência renal. Pessoas hipertensas, com descontrole pressórico, ou com níveis de pressão muito elevados ou picos hipertensivos (aumento exagerado e súbito da pressão arterial) freqüentes, adicionados à dislipidemia, obesidade, resistência à insulina ou diabetes mellitus declarado, estão mais propensas ao desenvolvimento de insuficiência renal crônica. Aliás, a junção de HAS aos três últimos fatores citados caracteriza a Síndrome Metabólica, entidade nosológica que está aumentando em todo mundo.
O intervalo de tempo entre a elevação da pressão e o surgimento da insuficiência renal varia, porém são necessários vários anos. Neste ínterim, o controle da hipertensão é crucial através da junção de medidas dietéticas que visam diminuir o sódio, as gorduras e os carboidratos, mudança do estilo de vida com o objetivo de minimizar o estresse e o sedentarismo, como também o uso correto do medicamento anti-hipertensivo. Há um grande número de hipertensos (pessoas com pressão alta) que não segue a prescrição médica, com isso se expondo ao descontrole pressórico e picos hipertensivos; há prescrições em doses e intervalos inadequados; e, também, os medicamentos similares que, por não terem controle de qualidade, possuem quantidades insuficientes e não controlam a pressão arterial.
Isabel Barroso, nefrologista, CRM 1850