O sexto Objetivo de Desenvolvimento do Milênio (ODM) exige que até 2015 os países consigam reduzir o crescimento de casos de Aids e a incidência de outras doenças graves, como a malária, a tuberculose, a hanseníase e a dengue. Pelo menos em relação à Aids, a mais preocupante de todas essas enfermidades, o Brasil tem um longo caminho pela frente e pode não conseguir cumprir a meta.
O número de pessoas identificadas com Aids cresceu sem parar até 1998, quando atingiu a taxa de 20 casos para cada 100 mil habitantes. Na Região Sudeste, desde 1998 os casos vêm diminuindo, mas aumentaram nas demais regiões, principalmente no Sul do país.
A desinformação é a arma mais poderosa do vírus HIV. Segundo pesquisa realizada em 2004 pelo Ministério da Saúde em parceria com instituições nacionais e internacionais, apenas 67% da população brasileira sabe o que fazer para evitar a contaminação pelo vírus, e só 38% declarou ter usado camisinha na última relação sexual.
O chamado uso consistente da camisinha (ou seja, em todas as relações sexuais, sem exceção) é considerado a forma mais eficaz de evitar a contaminação pelo HIV. Mas, na pesquisa do Ministério da Saúde, apenas 25% das pessoas afirmaram que agiam dessa forma. Isso mostra que é preciso intensificar e rever as campanhas de comunicação que visam conscientizar a população da necessidade de praticar o sexo seguro. Também é urgente trabalhar nessas campanhas a diminuição de preconceitos.
Já a mortalidade por Aids, que também vinha crescendo até metade da década de 1990, diminuiu gradativamente e, a partir de 2002, estabilizou-se na faixa de seis a sete mortos para cada 100 mil habitantes. O Brasil é referência no tratamento de pacientes de Aids, e essa redução é resultado direto da política de distribuição intensiva e gratuita de medicamentos que compõem o tratamento antirretroviral.
MALÁRIA
De 1990 até hoje caiu bastante o número de pessoas com malária, mas o fluxo foi irregular: houve vários períodos de aumento da doença, como em 1999 e em 2004, particularmente nas regiões metropolitanas de Manaus e Porto Velho, capitais do Amazonas e de Rondônia, respectivamente. Apesar da queda geral, cresceu de 18% para 22% a proporção de casos graves da doença, causados pelo Plasmodium Falciparum. Essa variação da doença é a que mais mata. A Região Amazônica concentra 99% dos casos da doença atualmente.
TUBERCULOSE
A taxa de surgimento de novos casos estabilizou-se, mas em patamares bastante altos: a cada ano, 80 mil pessoas adquirem a tuberculose. A tuberculose pulmonar é a variação mais comum da doença, e também a que mais faz vítimas fatais. Se não tratado corretamente, um paciente pode infectar até quinze pessoas em um ano. O número de unidades de saúde preparadas para tratar pessoas com tuberculose vem crescendo gradativamente, porém, ainda é baixo: 21% do total de unidades.
HANSENÍASE
Para cada 10 mil brasileiros, há 1,7 com hanseníase. Parece pouco, mas deveria haver menos ainda. A taxa está acima da que é tida como razoável pela Organização Mundial de Saúde. Para que seja considerada erradicada, é preciso que exista, no máximo, um novo caso para cada 10 mil habitantes por ano. Alguns especialistas acreditam que há um exagero na medição dos casos de hanseníase no Brasil. Isso ocorreria, segundo eles, devido a falhas na rotina de atualização dos dados referentes à alta dos pacientes nos hospitais.
DENGUE
O ano de 1976 é tido como o ano da “reintrodução” da dengue no Brasil, depois de um longo tempo em que foi considerada erradicada por aqui. Nessa épica, cerca de 84 mil pessoas foram diagnosticadas com dengue.
(Com informações do Portal Aprende Brasil)
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