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Estudo aponta que 60% dos jovens lutam para controlar o excesso de peso

Publicada em 16/03/2012 às 10h

Estudo aponta que 60% dos jovens lutam para controlar o excesso de peso

A preocupação com o sobrepeso atingiu há tempos o universo dos adolescentes. com 7% dos meninos e 9% das meninas, o que corresponde a 2,7 milhões de crianças. Entre o meio da década de 60 e o final da década de 70, o número de crianças obesas entre 6 e 11 anos aumentou 54%. Em 1974, havia, na população infantil, mais de quatro desnutridos para um obeso e, em 1989, essa relação caiu para dois desnutridos para um obeso.

Para reverter a situação, os adolescentes correm contra o tempo e tentam a todo custo emagrecer. De acordo com um estudo da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade da Síndrome Metabólica (ABESO), 60% dos jovens entre 13 e 15 anos fazem algo para controlar o peso. Do grupo, 6,9% admitiu vomitar e/ou ingerir medicamentos para emagrecer.

Especialistas afirmam que é difícil encontrar um adolescente em busca de engordar. Já aqueles que querem perder peso... e o pior: a maioria busca ajuda para perder peso e quando já está com obesidade acentuada.

Apesar de algumas causas serem genéticas (filhos de pais obesos), os médicos asseguram que os principais fatores da obesidade dos adolescentes são o sedentarismo e a alimentação inadequada, com ingestão de \"calorias vazias\", provenientes de alimentos que fornecem apenas calorias sem, no entanto, contribuir com nutrientes benéficos para o funcionamento de nosso organismo. Quer exemplos de calorias vazias? Lá vão algumas: álcool, refrigerantes, balas, doces, chicletes, salgadinhos, entre outros.

O maior malefício é que o consumo desses alimentos reduz o consumo de nutrientes vitais, como as vitaminas, os sais minerais e as proteínas que são essenciais para várias funções do corpo. Por isso, o consumo deve ser evitado. O recomendado é que os alimentos ricos em calorias vazias sejam substituídos por frutas, verduras, cereais, leites e seus derivados e que as refeições sejam ricas em vitaminas e minerais.

CONSEQUÊNCIAS À SAÚDE

Milhares de estudos associam hábitos alimentares ao aumento das doenças cardiovasculares, obesidade, diabetes e hipertensão. Maus hábitos alimentares, especialmente aqueles que acarretam a obesidade infantil, produzem problemas de saúde imediatos e também em longo prazo, visto que cerca de 60% de crianças obesas já sofre de hipertensão, hiperlipidemia ou hiperinsulinemia.

Os hábitos alimentares, adequados ou não, são formados até os dois anos de idade, e serão os mesmos por toda a vida do indivíduo, se não houver preocupação em mudá-los. Por isso, deve-se prevenir a obesidade tão logo a criança nasça, estimulando o aleitamento materno. Apesar de existirem momentos em que o organismo precisa acumular reservas para um período de crescimento rápido, o sobrepeso deve sempre despertar a atenção dos pais, já que uma criança \"gordinha\" não significa uma criança saudável.

PRIMEIROS SINAIS

Crianças que começam a apresentar mudança na velocidade de ganho de peso, mostrando os primeiros sinais de obesidade, devem passar por uma avaliação cuidadosa de seus hábitos alimentares, de sua atividade física e de seu comportamento diante da alimentação. É comum alguns pais acreditarem que o crescimento da criança e do adolescente resolverá o problema da obesidade. A expressão \"deixa que ele ainda vai esticar e a gordurinha some\" é bastante popular. De fato, o crescimento pode ser um excelente aliado no tratamento da obesidade, no entanto, sozinho, não é suficiente para resolver o problema.

Os pais precisam ficar atentos quando seus filhos apresentarem apetite exagerado e prazer fora do comum em comer. Pequenas alterações podem ser suficientes para reverter o problema. Apoio profissional pode evitar prejuízos à saúde ou ao crescimento, mas é preciso rever os hábitos alimentares da casa facilitando assim a adesão da criança. Antes de se começar, é bom saber que se trata de um processo demorado, gradativo e que demanda esforços tanto da criança como de sua família.

TRATAMENTOS EFICAZES

Mudar os hábitos alimentares e o estilo de vida é a maneira mais eficaz de atuar contra a obesidade. A forma de encarar a obesidade de crianças e adolescentes deve ser diferente da de adultos. Constrangimentos e repreensões desmedidas são cargas difíceis de suportar por indivíduos imaturos como os adolescentes, e assim, devem-se evitar repreensões em público ou na hora das refeições. O apoio emocional dos pais é a única via para mudar os hábitos arraigados que levam à obesidade.

O mais importante no tratamento da obesidade em crianças e adolescentes é garantir o crescimento normal. Dietas com restrição rigorosa de calorias não são recomendadas, pois podem prejudicar a ingestão adequada de nutrientes, principalmente de proteínas, vitaminas e minerais. Sem falar no comprometimento do crescimento estatural e na redução do tecido nobre do organismo: a massa muscular. Assim, nenhum alimento deve ser excluído do cardápio, mantendo o cuidado para a moderação daqueles pobres em nutrientes e ricos em açúcares e gorduras, como sorvetes, refrigerantes e guloseimas em geral, que devem estar restritos aos finais de semana e não devem estar à disposição das crianças. O estímulo à inclusão ao cardápio diário de verduras, legumes e frutas ajudarão na formação dos bons hábitos alimentares.

ORIENTAÇÕES PRÁTICAS

Atitudes importantes para a criação de um ambiente positivo que ajude a criança a enfrentar a obesidade, com freqüência envolvem toda a família:

- Proporcione um ambiente emocional agradável na hora das refeições;

- A mesa não deve ser local de brigas e ações punitivas para com a criança;

- Autorize a ingestão de todos os alimentos;

- Estabeleça horários para refeições e lanches;

- Ensine a comer devagar;

- Não a deixe fazer as refeições vendo TV;

- Estimule seus filhos aos novos sabores;

- Diminua pouco a pouco a quantidade de alimentos;

Programe-se com antecedência para as refeições, tomando cuidado com o consumo excessivo de \"fast foods\", lanches e alimentos pré-preparados pela falta de tempo para fazer a comida caseira;

- Nas refeições, ofereça no máximo um copo de suco ou água;

- Sanduíches são permitidos desde que preparados com alimentos pobres em gorduras;

- Diminua a quantidade de alimentos gordurosos e de frituras;

- Individualize as porções dos alimentos consumidos pela criança;

- Não tente compensar a ausência enchendo a criança com guloseimas;

- Doces e refrigerantes devem estar restritos aos finais de semana;

- A comida nunca deve ser usada para disciplinar ou como uma forma de manifestação de afeto;

- Dê bons exemplos, pois esses estimularão bons hábitos alimentares;

- Estimule a prática diária de atividade física, respeitando os limites da criança;

- Incentive a escola para a educação nutricional.

(Fontes: Agência de notícias da Unimed do Brasil e da Unimed Fortaleza)