Apesar de ter papel importante no organismo e contribuir para o bom funcionamento do corpo, o consumo abusivo do sal de cozinha pode trazer problemas à saúde. O excesso de sódio, principal componente do sal de cozinha, está associado ao desenvolvimento da hipertensão arterial, de doenças cardiovasculares, renais e outras, que estão entre as primeiras causas de internações e óbitos no Brasil e no mundo.
O cardiologista Fernando Lianza, médico cooperado da Unimed JP, alerta para a importância do consumo moderado do sal."O consumo excessivo de sal interfere no funcionamento do sistema nervoso simpático, que controla os movimentos involuntários (com a contração dos vasos sanguíneos). Por vias indiretas comer sal a mais contribui para elevar a pressão arterial. Se a pessoa somar outros fatores de risco para a elevação da pressão, poderá se tornar hipertensa", explica.
O médico explica que as palavras sal e sódio, que por vezes são usadas como sinônimas, não são a mesma coisa. "O sal é somente uma fonte de sódio, porém a maior delas. O sódio não tem sabor, mas é ele o inimigo oculto", afirmou.
Segundo ele, o sódio pode estar oculto nos alimento e aprender a ler o rótulo dos produtos é uma maneira de identificar esse inimigo. "O sódio é um ótimo conservador para os alimentos. Por isso, está presente nos produtos industrializados", afirmou.
De acordo com a nutricionista do Setor de Promoção da Saúde da Unimed JP, Regina Monteiro, é importante ficar atento nos rótulos dos alimentos industrializados. "Não adianta só fugir de comidas salgadas, é importante procurar diminuir o consumo de alimentos industrializados", enfatiza.
Segundo a nutricionista, o ideal é manter uma dieta rica em frutas, verduras, carnes magras e poucos alimentos industrializados. "Para que a pessoa não venha desenvolver problemas relacionados com o excesso de sal, é importante ter bons hábitos alimentares que incluam a ingestão de fibras e itens ricos em cálcio. E claro, a diminuição do emprego de sal e de gordura animal saturada no cardápio", afirma.
DICAS
Um dos primeiros passos para reduzir o consumo do nutriente é não acrescentar sal aos alimentos que já são temperados. Por exemplo, antes de passar a mão no saleiro e salgar a batata frita, experimente-a. Gradativamente acostume seu paladar a menores porções de sal e priorize alimentos frescos. Confira, abaixo, algumas dicas para diminuir a ingestão de sódio:
Compare o rótulo dos alimentos - Antes de levar para casa um produto, leia a tabela nutricional e compare-a com outras marcas. A pesquisa da Anvisa identificou que, mesmo entre alimentos da mesma categoria, pode existir uma grande diferença na quantidade de sódio. A concentração do nutriente no queijo minas frescal, por exemplo, variou 14 vezes entre as marcas pesquisadas. Caso não haja tantas possibilidades de comparação, um bom parâmetro é que o teor de sódio não seja superior a 0,5g/100g de produto.
Deixe de lado os temperos prontos - Apesar de práticos, os temperos prontos são ricos em sódio. Para conferir o sabor especial aos pratos e não sobrecarregar sua saúde, prefira os temperos naturais. Alho, cebola, salsinha, limão, pimenta, alecrim e orégano são boas opções.
Evite os embutidos e farinha branca - Molhos tipo ketchup e barbecue, conservas e alimentos embutidos, como presunto, salsichas e linguiças, além de algumas bolachas derivadas da farinha branca contêm alta concentração de sódio. Dê um tempo para os lanches regados a biscoito de polvilho e cream cracker. Prefira as opções integrais, com grãos e cereais.