Simpósio sobre doenças cardíacas reuniu cerca de 120 médicos e estudantes de medicina
O impensável já está acontecendo: robôs mecânicos de alta precisão, aliados a recursos da realidade virtual, estão começando a auxiliar cirurgiões de todo o mundo a realizar proezas como cirurgias cardíacas.
Realizada pela primeira vez no Brasil em março de 2010, a cirurgia robótica é um procedimento em que o paciente sangra menos, tem menos risco de sofrer infecções, recebe alta da UTI em menos tempo e é capaz de retomar atividades cotidianas mais rapidamente.
Segundo Fábio Bisceli Jatene, médico do Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, o uso do robô para tratar esse tipo de problema é pioneiro no Brasil, mas já é realidade nos EUA. "A tendência é dominar técnicas que sejam cada vez menos invasivas para o paciente, ajudando a diminuir o risco cirúrgico", enfatizou Fábio Jatene, durante a mesa-redonda “Doença arterial coronariana estável”, em simpósio sobre doença coronariana, na última sexta-feira (9).
Fábio Bisceli Jatene: "Cirurgia robótica pode ajudar a diminuir o risco cardíaco do paciente"
Ele ressaltou, entretanto, que o uso do robô para cirurgias de revascularização do miocárdio ainda está distante. "É bem mais complexo usar robô nesses casos. Na cirurgia convencional, muito bem estabelecida, o índice de complicação é baixíssimo", afirmou Jatene, antes de finalizar: "Este tipo de cirurgia é inovadora e muito bem-vinda. Mas a sequência de casos ainda é pequena. O grande inconveniente é o preço”. O robô custa cerca de R$ 5 milhões.
A discussão fez parte da programação do 1º Simpósio sobre Avanços no Tratamento da Doença Arterial Coronariana, realizado sexta e sábado (9 e 10), no Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB), no Centro de João Pessoa. O evento reuniu cerca de 120 pessoas, entre médicos e estudantes de medicina.
TROCA DE CONHECIMENTOS
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O evento foi iniciado às 20h de sexta-feira, pelo coordenador de Capacitação Técnico-Científica, Ricardo Queiroga. “O compartilhamento de conhecimentos é sempre muito importante, principalmente na área médica, que está sempre passando por atualizações. Por isso, é muito louvável o incentivo da Unimed JP a programas de capacitação”, apontou Ricardo Queiroga.
“O conhecimento é o grande investimento de todo profissional. Aquele que não segue esse caminho, não tem condições de oferecer um atendimento e qualidade”, complementou o presidente da Unimed JP, Aucélio Melo de Gusmão.
Além do médico Ricardo Queiroga e do presidente Aucélio Gusmão, participaram da mesa de abertura o presidente da Associação Médica da Paraíba (AMPB) e diretor do Hospital Unimed JP, Fábio Rocha; a presidente da Sociedade Paraibana de Cardiologia, Ana Cláudia Diniz; e o presidente da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica, Maurício Rezende; além de representantes do Conselho Regional de Medicina da Paraíba (José Mário Espínola) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardíaca (Marcelo Cascudo).
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Durante os dois dias do simpósio, especialistas da Paraíba, do Rio Grande do Norte, Minas Gerais e São Paulo discutiram as novidades no tratamento clínico, cirúrgico e intervencionista da doença arterial coronariana. Entre os assuntos abordados, estavam o uso das células tronco no tratamento da doença arterial coronariana, a abordagem multidisciplinar das doenças cardiovasculares e artéria torácica interna (mamária).
O 1º Simpósio sobre Avanços no Tratamento da Doença Arterial Coronariana foi realizado pela Unimed JP, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop-PB).