Publicada em 31/05/2005 às 08h31
O pneumologista Sebastião de Oliveira Costa, médico cooperado da Unimed JP e especialista na área de tabagismo, alertou para os riscos do hábito de fumar entre os adolescentes. O perigo tem aumentado nos últimos anos por causa da intensa publicidade direcionada a este público.
Estatísticas apontam que de cada 10 pessoas que aderem ao hábito de fumar, 9 estão na faixa etária de 12 a 19 anos. A cada ano, no Brasil, 5 milhões de pessoas se tornam fumantes. Os dados são preocupantes e farão parte das discussões de hoje (31), Dia Mundial de Combate ao Fumo.
Sebastião Costa lembrou que a adolescência é o período em que está sendo formada e sedimentada a personalidade do jovem. "Esta situação fragiliza o adolescente, transformando-o em presa fácil dos apelos publicitários que associam o cigarro a esportes e ao sucesso total", disse. A estratégia da indústria tabageira visa preencher a lacuna que vem sendo deixada pelos adultos. Segundo pesquisas, este público, cada vez mais, abandona o cigarro.
O médico destacou as dificuldades de se convencer o adolescente a deixar de fumar. "Dificilmente um jovem vai se preocupar com a idéia de que 20 ou 30 anos mais tarde poderá desenvolver um enfisema ou câncer de pulmão", exemplificou. Além disso, os sintomas relacionados ao hábito de fumar quase nunca surgem antes dos 10 anos de tabagismo.
Para Sebastião Costa, o dia 31 de maio é uma "excelente oportunidade" para se repensar a questão. "Os pais, fumantes ou não, devem refletir com mais responsabilidade sobre a possibilidade de seus filhos se tornarem dependentes de uma droga que, apesar de (ainda) socialmente aceita, tem um potencial de provocar dependência igual ou superior à maconha e à cocaína", alertou. (Com informações da coluna Unimed Saúde).