O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, tranqüilizou ontem os brasileiros com relação a uma possível epidemia de febre amarela no Brasil. De acordo com ele, este risco está descartado. O ministro também anunciou a liberação pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de dois milhões de doses da vacina contra a doença.
Temporão afirmou que o Ministério da Saúde tem capacidade de atender todas as demandas quanto ao fornecimento de vacinas. Ele destacou que a vigilância é eficaz e que está em alerta nos estados para qualquer situação de risco.
O ministro orientou as pessoas que pretendem se deslocar para áreas de risco para a febre amarela a tomar a vacina que protege contra a doença 10 dias antes da viagem. Esse é o tempo necessário para que o organismo humano adquira anticorpos para se defender do vírus amarílico. A vacina é eficaz, dura 10 anos e está disponível em todos os postos de saúde.
No Nordeste, as áreas de risco para a doença são o Maranhão, sul do Piauí e oeste e sul da Bahia. Além disso, também são apontados como locais onde existe o perigo da doença o estado de Minas Gerai, norte do Espírito Santo, noroeste de São Paulo e o oeste dos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Nessas regiões, a vacinação é feita de forma rotineira.
INVESTIGAÇÃO
O ministro José Gomes Temporão afirmou que os oito casos suspeitos de febre amarela no País ainda estão em investigação, incluindo dois óbitos registrados em Goiânia e em Brasília. O atual alerta reforça a recomendação feita pelo Ministério da Saúde no início de dezembro de 2007 quanto à necessidade de vacinação das pessoas que fossem a áreas de risco para a doença, em especial locais freqüentados por ecoturistas, uma vez que o vírus circula nas matas.
O sinal de alerta para a febre amarela silvestre foi dado por epizootias entre macacos em Goiás e no Distrito Federal. Em uma ação conjunta entre governos federal, estaduais e municipais, ações preventivas foram adotadas, sendo a vacinação a principal delas.
O risco de febre amarela em áreas urbanas, no entanto, está descartado. Segundo o secretário de Vigilância em Saúde, Gerson Penna, desde 1942 não há registro de febre amarela urbana no Brasil. Todos os casos registrados atualmente são de pessoas que contraíram a doença ao entrar nas matas.
SAIBA MAIS
A febre amarela é uma doença infecciosa, causada pelo vírus amarílico, que ataca o fígado e outros órgãos, podendo levar à morte. A transmissão ocorre, principalmente, em regiões de matas. No passado, também havia a ocorrência da febre amarela urbana, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo da dengue. Desde 1942 não há casos de febre amarela urbana no Brasil.
Nas matas, a febre amarela ocorre em macacos e os principais transmissores são os mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes, que picam preferencialmente esses primatas. Esses mosquitos vivem também nas vegetações à beira dos rios e picam o homem quando ele entra na mata. Caso o indivíduo não esteja vacinado, ele corre o risco de contrair a doença.
A maior incidência da doença acontece nos meses de janeiro a abril, período das chuvas. Nessa época, há um aumento da quantidade do mosquito transmissor e, por coincidir com a época de férias, muitos ecoturistas não vacinados se deslocam para regiões de risco. As atividades agrícolas realizadas no período também podem levar um número maior de pessoas às áreas com risco de transmissão.
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