Publicada em 02/04/2005 às 12h12
"As pessoas precisam se conscientizar de que a obesidade é uma doença e deve ser tratada como tal". A declaração é do endocrinologista Ednardo Parente, que abriu o ciclo de cinco palestras do 6º Encontro Sobre Saúde Cliente Unimed, que está discutindo a obesidade. "As pessoas precisam se preocupar porque se trata de uma doença incurável, crescente, de tratamento caro e que mata precocemente", afirmou.
De acordo com ele, no Brasil, aproximadamente 65% da população tem peso normal, 35% apresenta excesso e 13% é considerada obesa. Em todo o mundo, aproximadamente 1 milhão de pessoas se encontra acima do peso ideal e, pelo menos, 300 milhões são consideradas obesas. O problema pode ser provocado por fatores genéticos ou ambientais.
Para se ter idéia da força da genética, uma pessoa com pais de peso normal tem 10% de chance de vir a se tornar obesa. No caso daquelas em que um dos dois é obeso, o risco sobe para 50%. Se tanto o pai quanto a mãe tiverem a doença o perigo de o filho vir a apresentar este problema dispara para 80%. Os fatores ambientais dizem respeito à falta de atividades físicas e à alimentação inadequada.
Perigo na infância
Ednardo Parente avisou que, antes restrita aos adultos, a obesidade hoje está crescendo entre as crianças. Em todo o mundo, de cada 10 crianças 1 sofre com o excesso de peso. No caso dos pequenos, a obesidade está diretamente relacionada à má alimentação. Para se ter idéia, uma pesquisa realizada para saber o que as crianças brasileiras estão levando na lancheira escolar apontou que o lanche favorito delas é o refrigerante coca-cola com coxinha.