A cada dia o índice de casos de obesidade cresce assustadoramente em todo o planeta. Só no Brasil 50,5% da população está com peso excessivo e muito próximo de se tornarem obesos em grau um. As formas de tratamento e prevenção da doença foram temas discutidos no último sábado (8), durante o 15º Encontro Sobre Saúde da Unimed João Pessoa, no auditório do Hospital da Cooperativa, na Capital.
O encontro reuniu cerca de 30 participantes, entre médicos cooperados e funcionários da Unimed JP. A abertura foi realizada pelo coordenador da Promoção da Saúde, Garibaldi Souto Albuquerque, que na ocasião anunciou a criação de um Grupo de Educação Terapêutica (GET) sobre o tratamento da obesidade para colaboradores e cooperados. Segundo ele, o novo GET deverá ser lançado em breve. O objetivo será repetir o trabalho já consolidado pela Cooperativa com os clientes portadores de diabetes.
“Este é o momento em que a Promoção da Saúde se volta para a saúde do colaborador, através do tratamento da obesidade. Este encontro dará início a um novo Grupo de Educação Terapêutica sobre os cuidados com a obesidade, que segundo a Organização Mundial de Saúde é a epidemia que mais cresce em todo o planeta”, disse Garibaldi. A abertura ainda contou com a participação da coordenadora de Educação e Logística da Promoção da Saúde, Ercilia Nunes Rodrigues.
Logo após a abertura, a programação do encontro teve prosseguimento com a realização de uma sessão especial de ginástica laboral. Na ocasião, os participantes aprenderam dicas de alongamento e exercícios para realizar em casa e ajudar a combater a obesidade. A atividade foi coordenada pelas professoras de educação física, Karla Palmeira e Deborah Figueroa.
“UMA EPIDEMIA”
Em seguida, o endocrinologista Ednardo Parente iniciou a programação pedagógica do evento com a realização da palestra “Obesidade: uma epidemia”. Segundo o médico, a doença já se transformou em um grave problema de saúde pública que só se resolverá através da reeducação alimentar das pessoas.
De acordo com Ednardo Parente, a obesidade é causada por diversos fatores, tais como: genética; sedentarismo; o ambiente em que a pessoa vive; estilo de vida; e principalmente a ingestão de alimentos doces, gordurosos e com alto teor de sal.
Segundo o médico, o excesso de peso pode ser tratado através da alimentação correta, aliada a prática frequente de atividade física, sob a coordenação de um profissional de saúde, e se necessário através da realização de tratamento médico e clínico com a ingestão de medicamentos.
“É preciso que as pessoas façam uma mudança radical no estilo de vida. Quanto menos você come, mais tempo de vida você terá. É fundamental a consciência de que a obesidade mata! É uma doença séria que precisa ser cuidada com urgência”, disse o médico.
FATOR PSICOLÓGICO
Já a psicóloga Lara Guerra, fez uma apresentação sobre o tema “Obesidade e emoções: uma questão de peso”. Segundo ela, existem vários mitos na sociedade em torno da pessoa obesa, que não devem ser levadas em consideração.
“Falam que a pessoa obesa não tem força de vontade, é preguiçosa, não gosta de si mesmo, ou que é menos competente que as demais. Isso não existe, é puro preconceito. Imagine esses comentários em cima de uma pessoa desde a infância? Causa um desgaste emocional muito grande e às vezes até inevitável,” disse.
Segundo Lara, as emoções acarretam no aumento do estresse e da ansiedade que faz as pessoas irem buscar uma fonte fácil de prazer, que lhes deixem saciada. “E o mais acessível sempre é a comida”, disse.
“A pessoa com obesidade precisa entender os riscos que o excesso de peso pode causar para sua saúde e refletir se é isso mesmo que ela deseja para sua vida. Ela precisa colocar na balança as vantagens e as desvantagens de estar acima do peso, para a partir daí, aceitar a mudança no estilo de vida e procurar a ajuda de um profissional de saúde”, comentou.
QUESTÃO DE PESO
Logo após, a nutricionista Regina Monteiro, abordou o tema “Obesidade: quando as escolhas pesam” em sua palestra. Segundo ela, o passo primordial para combater o excesso de peso é reduzir drasticamente a ingestão de alimentos calóricos e menos nutritivos durante as refeições.
“As pessoas precisam fazer compras mais saudáveis e preparar os alimentos com menos gordura e sem açúcar. Para isso, é extremamente necessário conhecer as necessidades calóricas e os nutrientes que cada alimento pode oferecer para o seu corpo e como eles agem em seu organismo”, disse.
DICAS
Segundo Regina, para o controle eficaz do peso, é preciso se alimentar de forma moderada e equilibrada. Também é necessário provar novos sabores, evitar alimentos industrializados, refrigerantes e bebidas alcoólicas, verificar o peso, fazer consultas médicas e exames periodicamente, priorizar a ingestão de proteínas, vitaminas e minerais; e, principalmente, evitar seguir dietas da moda e orientações de pessoas leigas. “Isso nunca funciona. O que muda o corpo não é a dieta de ocasião é a mudança de atitude alimentar aliada a atividade física”, concluiu.
O encontro foi encerrado com um espaço para perguntas e respostas entre os participantes e os profissionais de saúde convidados.