A obesidade infantil é considerada uma epidemia mundial. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2020, o número de pessoas entre 5 e 19 anos acima do peso chega a 124 milhões. O endocrinologista pediátrico cooperado da Unimed João Pessoa, Júlio Cavalcanti, acredita que para reduzir os índices é importante o empenho da família e de toda a sociedade. “É preciso discutir e criar uma cultura de prevenção com hábitos de vida saudáveis que têm o potencial de evitar, não só essa, mas diversas patologias”, alerta o médico.
Para chamar atenção da população e reforçar a importância da prevenção da doença, nesta quinta-feira (3) lembra-se o Dia de Conscientização Contra a Obesidade Mórbida Infantil. “O sedentarismo e o consumo de alimentos de alto valor calórico são os principais fatores que causam obesidade, porém, hereditariedade e mutações nos genes reguladores do apetite, da fome e da saciedade também contribuem para boa parcela dos casos. Outras causas menos comuns são o uso crônico de medicamentos, distúrbios endocrinológicos, neurológicos e psicológicos”, detalha Júlio.
PREVENÇÃO
A prevenção deve começar desde os primeiros dias do bebê com o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de vida. De acordo com o endocrinologista, esta atitude evita uma série de problemas, incluindo a obesidade. “Também é importante estimular a prática regular de exercícios aeróbicos de intensidade média a alta com duração de 30 a 60 minutos por dia, promover brincadeiras e atividades físicas em família. Caminhadas, andar de bicicleta e jogos de tabuleiro são algumas dicas eficazes, além de reduzir o tempo do uso de celular, tablet e videogame”, orienta o médico.
Júlio destaca ainda a importância de incentivar a ingestão de frutas, legumes e hortaliças, evitar o consumo de sucos e refrigerantes, e outros alimentos ricos em gorduras e açúcar. “Não se deve deixar a criança comer assistindo TV, e é importante determinar horários regulares e respeitar os sinais de saciedade”, acrescenta.
De acordo com o médico, a obesidade aumenta a probabilidade de desenvolver diabetes tipo 2, síndrome metabólica, síndrome dos ovários policísticos, puberdade precoce, dislipidemia, que é a elevação de colesterol e triglicerídeos no plasma ou a diminuição dos níveis de HDL que contribuem para a aterosclerose. “Também pode ocorrer doença gordurosa não alcoólica do fígado, asma, apneia obstrutiva do sono, infecções da pele, hipertensão, ansiedade, depressão e até câncer em locais como, reto, cólon, próstata, mama, colo do útero e ovário”, alerta o especialista.