Doação de órgãos. O assunto é cercado por mitos que colaboram para o desconhecimento da população e, por consequência, para os baixos índices de adesão à causa. É importante lembrar que a doação pode salvar ou melhorar a vida de um número enorme de pessoas.
Para se ter uma ideia, no Brasil existem de 40 a 60 potenciais doadores de órgãos por milhão de pessoas anualmente. No entanto, apenas entre 8 e 10 por milhão de brasileiros tornam-se doadores. Ou seja, em um universo de 190 milhões de pessoas, menos de 2 mil doam seus órgãos após a morte.
O doador de órgãos não precisa de um documento especial para doar os órgãos após a morte. Basta avisar aos familiares em vida, que deseja ser um doador. São eles que autorizam ou não a doação feita quando diagnosticada a morte cerebral, conhecida também como morte encefálica
O desconhecimento e a falta de informação sobre a morte encefálica ainda é um empecilho na hora da autorização da doação, pois os familiares têm esperança de recuperação do paciente, pois o coração continua batendo e todos os órgãos funcionando, somente porque há ajuda de aparelhos e medicação.
O Hospital Unimed JP é referência em transplantes de coração e fígado, maior cirurgia a que um ser humano pode ser submetido. Desde 2004, a instituição é a única da Paraíba autorizada a realizar esse tipo de transplante. Até hoje, foram realziado no Hospital Unimed JP 52 transplantes de fígado e 7 de coração.
MITOS E VERDADES
Vários mitos dificultam a adesão à causa. Veja quais são:
VERDADE. Para se tornar doador, não é necessário deixar nada por escrito.
Uma comunicação verbal é o suficiente, já que apenas a família pode autorizar a remoção dos órgãos após a morte.
MITO. A condição social ou financeira do receptor não importa quando se está numa lista de espera. O que realmente conta é a gravidade da doença, tempo de espera, tipo de sangue e outras informações médicas importantes.
VERDADE. Hoje 80% dos transplantes são realizados com sucesso no país.
MITO. Idosos ou pessoas que tiveram alguma doença não podem ser doadores. Todas as pessoas podem ser consideradas potenciais doadores, independentemente da idade ou do histórico médico. O que determinará a possibilidade de transplante e quais os órgãos e tecidos que podem ser transplantados é a condição de saúde no momento da morte e uma revisão do histórico médico do paciente.
VERDADE. Até mesmo as religiões que são contrárias à transfusão de sangue não interferem na decisão de doação.
MITO. A doação deixa o corpo desfigurado. Os órgãos e tecidos doados são removidos por meio de uma operação cirúrgica. Portanto, a doação não desfigura o corpo.
VERDADE. Para viabilizar a doação de órgãos após a sua morte, é preciso ter confirmada a morte encefálica, mas o paciente deve ter o coração batendo com o axílio de aparelhos.