O uso do álcool 70% na higienização das mãos e das superfícies tornou-se parte da rotina de toda a população desde o início da pandemia. Com isso, o alerta e a preocupação com o risco de acidentes com o manejo do produto aumentaram consideravelmente. “Por ser uma substância altamente inflamável, é necessário esperar ao menos cinco minutos antes de se aproximar de algo que produza chama. O risco de acidentes é grande, especialmente com crianças”, recomenda o cirurgião plástico, cooperado da Unimed João Pessoa, Saulo Souto Montenegro.
Segundo o especialista, as queimaduras de primeiro grau deixam a pele vermelha; já as de segundo grau podem ser superficiais ou profundas. “As queimaduras de terceiro grau provocam espessura generalizada com aparência branca e as de quarto grau podem se estender da derme para tendões e ossos. O grau de intensidade do calor ou do agente causador, o tempo de exposição e a espera até o atendimento, influenciam nos tipos de lesões”, completa Saulo.
PREVENÇÃO E TRATAMENTO
De acordo com cirurgião plástico, cerca de 40% dos queimados são crianças. Para evitar acidentes, o especialista recomenda usar protetores nas tomadas e ficar atento quando os pequenos estão na cozinha. “É importante evitar deixar os cabos de panelas para fora do fogão, por exemplo. Este é o local onde acontece a maior parte das queimaduras, principalmente em menores de cinco anos”, conta.
Os primeiros socorros para uma vítima de queimadura são usar água corrente para aliviar a dor e, em seguida, higienizar a área queimada para evitar que ela se aprofunde. “O próximo passo é administrar um analgésico comum, envolver a vítima em lençóis limpos e levar para um serviço de urgência”, orienta o cirurgião. “A água pode potencializar a gravidade. Para pó químico, asfalto e caravelas marinhas, o tratamento deve ser feito imediatamente na unidade de queimados”, recomenda Saulo.
Os tratamentos podem ser substitutos temporários de pele, enxertos e retalhos. O médico destaca que o papel da cirurgia plástica na recuperação de queimados não é só de reabilitar a função das áreas queimadas, mas também ajudar a reintegrar o paciente à sociedade. “Muitas cicatrizes afastam as vítimas do mercado de trabalho, além de restaurar a função com a cirurgia plástica, temos a possibilidade de melhorar a estética do paciente”, diz o médico.