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Conheça o cordel entregue durante evento no Colégio Primeiro Mundo

Publicada em 24/05/2007 às 16h

O trabalho do cordelista Manoel Monteiro Neto, membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel e do Instituto Histórico, Geográfico e Cultural da Paraíba (IHGCP), vai ajudar na ampliação da consciência ambiental dos alunos do Colégio Primeiro Mundo, em Manaíra.

O cordel “Quem ama não suja – Mantenha João Pessoa Limpa”, de autoria de Manoel Monteiro, foi distribuído nesta quinta-feira (24), durante evento promovido na escola pelo instituto de responsabilidade social UniGente em parceria com o curso de Turismo da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Esta foi uma forma simples e criativa de contribuir para a preservação ambiental, particularmente na Capital.

SAIBA MAIS

A literatura de cordel já existia na época dos povos conquistadores greco-romanos, fenícios, cartagineses, saxões, entre outros, tendo chegado à Península Ibérica (Portugal e Espanha) por volta do século 16. Lá, recebeu os nomes de "pliegos sueltos" (Espanha) e "folhas soltas" ou "volantes" (Portugal). Florescente no Brasil, principalmente, na área que se estende da Bahia ao Maranhão, esta manifestação da inteligência brasileira merecerá no futuro um estudo mais profundo e criterioso de suas peculiaridades.

Oriunda de Portugal, a literatura de cordel chegou no balaio e no coração dos nossos colonizadores, instalando-se na Bahia e mais precisamente em Salvador. Dali se irradiou para os demais estados do Nordeste. (Fonte: Site da Associação Brasileira de Literatura de Cordel)

QUEM AMA NÃO SUJA

Conheça abaixo o cordel “Quem ama não suja”, de autoria de Manoel Monteiro:

01- Aonde chego alardeio 

       E aos quatro ventos difundo

       Que a minha Capital

       Dá-me um orgulho profundo

       Porque desde tenra idade

       Mantêm-se como cidade

       Que tem mais verde no mundo.

02- O sol aqui brilha alegre

       360 dias 

       Mas as manhãs são amenas 

       Até as horas tardias 

       Que a noite desnuda o céu 

       Para cobrir com um véu

       Nossas madrugadas frias.

03- As nossas praias são lindas

       Nossas praças são legais

       Nosso comércio é eclético

       Com preços especiais,

       NOSSO HOTEL é uma festa

       Depois disto aqui só resta 

       Virem nos ver, nada mais.

04- Quer viver dias felizes?

       Quer repousar a contento? 

       Venha beber nossa água 

       Provar do nosso alimento

       Venha inspirar nosso clima

       Venha ouvir a nossa rima

       Sonhar com nosso lamento.

05- Aqui tem tudo de bom

       Pras férias de veraneio,

       Turismo ecológico ou

       Fim de semana a passeio.

       Meus amigos, podem crer,

       Será imenso o prazer

       De tê-los no nosso meio.

06- Somos um berço propício

       Aos eventos de cultura,

       Tradicionais teatros

       Aonde a arte assegura

       Bons espetáculos artísticos 

       Afora os pontos turísticos

       Quadros de beleza pura.

07- Do Alto do Cabo Branco

       Vê-se o mar verde, ondeante,

       Beijando as fímbrias do céu 

       Sempre azul, sempre brilhante,

       Com uma praia de areia

       Branca, morna, bela e cheia

       De alegria esfuziante.

08- A Lagoa e seu lençol

       D’água refrescando o ar,

       O Sanhauá docemente

       Correndo em busca do mar,

       Os ipês floridos quando

       Ao vento ficam bailando

       Na espera do sol raiar.

09- Tudo é belo em João Pessoa,

       Mas, como nada é perfeito,

       Algumas pessoas não

       Cuidam das ruas direito; 

       Fazem das Praças cortiço

       É para falarmos disso

       Que este cordel foi feito.

10- Todo mundo quer mostrar-se 

       Bem vestido ao visitante,

       Mostrar a casa arrumada 

       É por demais importante,

       Casa suja é perigoso

       Pois a fama de seboso

       Pode passar adiante.

11- Cuidar do meio ambiente

       Está na moda e faz bem

       Quando a cidade é limpinha

       O turista vai e vem,

       Vindo acarreta dinheiro

       Indo diz ao mundo inteiro

       Que venha nos ver também.

12- Da cidade a Prefeitura

       Tem que cuidar toda hora

       E o Governo do Estado 

       Por sua vez colabora

       (Esta é sua obrigação)

       Mas, também o cidadão

       Não pode ficar de fora.

13- A cidade é nossa casa

       Neste caso certamente

       Todos nós temos dever

       De apresentá-la decente,

       É bom pra o bolso e pra vista,

       Dá saúde, traz turista

       Que trazem grana pra gente.

14- Quem descarta pneus velhos

       Pelos terrenos baldios

       Ou os joga pelos mangues,

       Pelos riachos e rios,

       Desde já fique ciente

       Que esses erros do presente 

       Trarão castigos tardios.

15- Até os simples copinhos

       Desses que são descartáveis

       Atirados na calçada

       Poderão ser responsáveis

       Por bueiros entupidos, 

       Esgotos obstruídos,

       Desastres consideráveis.

16- Tomar o refrigerante

       De uma garrafa peti

       Depois jogá-la na rua

       Quem faz isso aí comete

       Uma tremenda agressão 

       Porque a poluição

       A todos nós compromete.

17- Devemos mostrar aos jovens

       Já no recesso do lar

       Que é dever de nós todos

       Nem poluir nem sujar

       Este mundo que nos cerca

       Isto pra que não se perca

       O prêmio de respirar.

18- Nas escolas fazer ver

       Ao menino e a menina

       Que ao consumir o lanche

       Que trouxe ou foi da cantina

       Jamais cometa a bobagem

       De pegar a embalagem

       Jogar na primeira esquina.

19- É um papelzinho aqui

       Uma garrafinha lá,

       Uns restos de construção 

       Um caixote ou um sofá,

       Uma cadeira quebrada

       Que na primeira invernada

       Ao bueiro entupirá.

 

20- Por isso hoje estamos vendo

       Ao cair qualquer chuvisco

       Avenidas alagadas

       Antes de vir o corisco,

       É vingança, com certeza,

       Dos olhos da natureza

       Que entupimos de cisco.

21- JOÃO PESSOA nos pede 

       Temerosa do futuro 

       Que conservemos seu verde 

       Tornando seu ar mais puro 

       Para que ela persista 

       Fazendo o nosso turista 

       Aqui sentir-se seguro.

22- Que CIDADE LIMPA ATRAI 

       TURISTA já se sabia

       Mas o CURSO DE TURISMO

       Da UFPB queria

       Repetir esta verdade

       Para que nossa cidade 

       Feliz conosco sorria.

23- O Globo está transpirando 

       Ardendo em febre, doente,

       Sua melhora ou piora

       Vai depender só da gente,

       Doravante a quem nos ler

       É proibido dizer

       Que disso não está ciente.