O homem passa 1/3 da sua vida dormindo - ou, pelo menos, deveria passar. Isso porque o sono é um dos itens fundamentais para a saúde e o bem-estar, sendo responsável por vários mecanismos biológicos importantes - como, por exemplo, reparação de células e tecidos, manutenção de funções físicas e mentais, liberação de hormônios e ajuste do sistema imunológico.
Porém, mesmo considerando toda essa relevância, a verdade é que metade da população brasileira tem queixas relacionadas ao tema. Segundo especialistas, a maioria delas é decorrente de hábitos inadequados.
MITO OU VERDADE
Confira o que é mito ou verdade sobre o sono:
Falta de sono aumenta o risco de desenvolver diversas doenças. VERDADE: se crônica, a insônia leva a aumento do risco cardiovascular, elevação da pressão arterial e predisposição ao diabetes, infarto, derrame, obesidade e depressão. A longo prazo, acelera o envelhecimento e a ocorrência de males neurodegenerativos (como o Alzheimer). Quem dorme mal libera mais cortisol e adrenalina, hormônios do estresse que elevam a pressão arterial, pioram o perfil do colesterol e predispõem a disfunções do coração e ao diabetes.
Para ter uma noite repousante é preciso passar pelas fases do sono. VERDADE: o sono bem estruturado, segundo especialistas, apresenta cinco fases cíclicas. A primeira funciona como uma espécie de zona intermediária entre estar acordado e dormindo, em que a tensão muscular diminui e a respiração vai se tornando suave; a segunda apresenta queda de temperatura corporal, ritmos cardíacos e ondas cerebrais; na terceira, o corpo começa a entrar em sono firme, com ondas cerebrais grandes e lentas; a quarta se caracteriza pelo sono profundo, com liberação de hormônios ligados ao crescimento e recuperação de células e órgãos; e na quinta, em que acontece o sono REM e a formação de sonhos, as frequências cardíaca e respiratória voltam a aumentar e o cérebro fixa informações captadas durante o dia.
Quem deseja um dia cheio de energia deve priorizar uma boa noite de sono. VERDADE: dormir bem recarrega as baterias e ajuda a manter a saúde física e mental. São beneficiados o sistema imunológico (menos gripes e resfriados, por exemplo), as funções cardiovasculares, os reflexos de uma maneira geral e até o peso. Isso mesmo: estudos mostram que, dormindo o necessário, um adulto pode perder até 700 g por noite. Em relação aos reflexos, poderíamos dizer que um motorista insone apresenta a mesma perda que um embriagado, já que ficam comprometidas a atenção e a concentração.
É melhor dormir cinco horas seguidas ao invés de oito com várias interrupções. VERDADE: o sono interrompido prejudica a distribuição de suas fases, que se completam a cada 90 a 120 minutos. Nesse sentido, quem acorda várias vezes desperta com a sensação de que não dormiu praticamente nada.
Todos deveriam dormir oito horas por dia. MITO: a duração da noite é variável de pessoa para pessoa. Estima-se que, para a maior parte da população, um período entre seis e dez horas, se bom e intenso (sono contínuo e denso), é suficiente. É importante considerar, ainda, que cada fase da vida requer uma quantidade diferente: para os recém-nascidos, entre dez e 18 horas; crianças de até cinco anos, de dez a 12 horas; adolescentes, dez horas em média; adultos, de sete a nove horas. O que determina uma noite bem dormida não é apenas o que marca o relógio, mas também a qualidade: ela tem que ser reparadora, permitindo a pessoa acordar bem disposta.
Cochilar ao longo do dia prejudica o sono da noite. MITO: pessoas que levantam muito cedo podem, sim, tirar uma soneca depois do almoço, por exemplo, sem problema. A dica é não exagerar: um repouso leve de 30 a 40 minutos é o suficiente para melhorar o rendimento à tarde e, geralmente, não compromete o sono noturno.
Enquanto dorme, a criança \"cresce\". VERDADE: é durante o sono que o organismo produz alguns hormônios, como o do crescimento (GH). Essencial para o desenvolvimento de ossos e músculos, ele é secretado no primeiro terço da noite.
Nem os bebês escapam da falta de sono. VERDADE: aos seis meses é possível ocorrer a insônia do lactente, que tem origem puramente emocional: a ansiedade, a insegurança e o estresse dos adultos passam para o pequeno, que se sente inseguro e desprotegido ao dormir. O problema é que isso prejudica o crescimento.
Comer demais na última refeição afeta o sono. VERDADE: excesso alimentar sobrecarrega a digestão, leva ao desconforto abdominal, provoca refluxo e azia e atrapalha até a escolha de uma boa posição na cama.
Com informações do site Uol