O site do Comitê de Entidades no Combate à Fome e pela (Coep) publicou, neste mês de março, uma entrevista com a supervisora do instituto de Responsabilidade Social da Unimed JP (UniGente), Núbia Gonçalves.
A supervisora venceu a votação do Prêmio Betinho-Atitude Cidadã na Paraíba, em novembro do ano passado. O objetivo do prêmio foi valorizar as pessoas que lutam contra a fome e praticam ações pela promoção da cidadania. Núbia também foi destaque no Nordeste por obter a maior votação da região.
Ela foi escolhida em uma lista de três nomes. Além dela, estavam concorrendo ao prêmio o ex-presidente do Tribunal Regional do Trabalho da Paraíba (TRT-PB), Afrânio Melo, e Maria dos Anjos, da ONG Olho do Tempo.
Leia abaixo a entrevista:
Entrevista ganhadores do Prêmio Betinho - Núbia Virgínia Almeida Gonçalves da Silva (PB)
O Prêmio Betinho – Atitude Cidadã, promovido pelo COEP e pela Rede Mobilizadores, premiou 28 pessoas de todas as regiões brasileiras. A partir de 12 de março, iremos divulgar uma série de entrevistas com os ganhadores que aceitaram o convite para falar sobre suas experiências. É uma oportunidade para que conheçam um pouco mais da história de vida dessas pessoas que se dedicam, diariamente, à promoção da cidadania. Confiram!!
Núbia Virgínia Almeida Gonçalves da Silva, 46 anos, nasceu em Itabaiana, na Paraíba. Há 15 anos, atua na área de responsabilidade socioambiental. Como educadora artística e especialista em arte de mosaico, Núbia criou o projeto Mosaico na Paraíba, cujo objetivo é inserir jovens de ambos os sexos na sociedade de forma positiva, criando possibilidades de geração de renda.
Hoje, Núbia é coordenadora do Instituto Unigente – Instituto de Responsabilidade Social da Unimed João Pessoa, onde desenvolve uma série de projetos que têm proporcionado a jovens em situação de risco o acesso a conhecimentos e habilidades para desenvolver peças artísticas e trabalhos manuais, passando a ingressar no mercado de trabalho. É também idealizadora do Prêmio Paraíba Abraça ODM, destinado à organização que melhor executa projetos de responsabilidade social, cujo tema esteja relacionado com os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. Participou pelo terceiro ano consecutivo da coordenação da Campanha Natal sem Fome, tendo arrecadado e distribuído, em 2007, 42 toneladas de alimentos.
1- Há quanto tempo a senhora atua na área social e quais as principais atividades que já desenvolveu?
Como morava na área litorânea da Paraíba, a primeira atividade foi voluntária: alfabetizar filhos de pescadores e orientar mães com relação aos cuidados dos filhos, diante de um quadro de extrema pobreza. Aquelas ações despertaram em mim o desejo de atuar em ações sociais. Estive envolvida com organizações filantrópicas até criar o projeto Mosaico, criado em 1999, para tirar das ruas jovens em situação de risco. A iniciativa ensina aos jovens a arte do mosaico e os estimula a fazer painéis em diversos locais, além de transmitir conceitos básicos relacionados à ética, cidadania, legislação, meio ambiente e saúde.
2- Que ações realiza atualmente?
Ocupo hoje a função de supervisora do Instituto Unigente, a entidade responsável pela execução das políticas e ações de responsabilidade social da Unimed João Pessoa.
3- O que destaca como mais marcante no trabalho que desenvolve ou desenvolveu?
O projeto Mosaico, pelo seu alcance em geração de trabalho e transformação de vidas. Muitos dos que iniciaram no projeto hoje são mestres. Outros aproveitaram esta condição para se desenvolver como profissional, estudar, trabalhar, constituir família, ter vida regular, contribuir para a sociedade.
4- Qual a importância do trabalho voluntário para a melhoria das condições de vida no Brasil?
O trabalho voluntário é necessário, de grande importância. Precisa ser ampliado em todos os municípios brasileiros. É fundamental para o desenvolvimento local, controle social, busca de alternativas viáveis para cada grupo comunitário; para as empresas e instituições com responsabilidade social e ambiental.
5- Em sua opinião, houve mudanças nas características do trabalho voluntário nos últimos 15 anos no país? Quais?
Sim. É parte do processo de democratização; do estado de direito que estamos vivenciando. As pessoas e grupos se organizam como uma força líder na condução dos problemas locais. As ações compartilhadas, a formação de pactos e parcerias vêm promovendo, em todo país, mobilizações e sensibilização, abrindo novas frentes para o voluntariado.
6- O que considera como os principais desafios do país na área social?
Superar questões estruturantes e fundamentais, como educação, saúde, organização social, cumprimento dos direitos e garantias individuais e coletivas. As ações devem, ao mesmo tempo, crescer, se expandir, mas primar pela objetividade dos resultados, ser bem gerenciada, alcançar qualidade visível, criar oportunidades para transformar vidas. Sou otimista. Acredito que vamos conseguir. Os caminhos tomados são os certos. Precisa haver mais ingressantes dispostos a fazer acontecer.
7- Qual a importância do Prêmio Betinho?
É uma forma de compartilhar com muitos resultados de ações e promoções sociais. Na área social, predomina o processo contínuo, a possibilidade de se orientar por exemplos marcantes. O Prêmio Betinho – Atitude Cidadã desperta quem quer fazer, quem já está fazendo e quem quer fazer mais e melhor.
8- Quais suas metas para 2009?
Continuar com ações já em andamento e agregar novas frentes de atuação com outros grupos sociais.
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