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Clientes com diabetes aprendem a controlar a doença em encontro

Publicada em 21/11/2011 às 00h

Encontro reuniu mais de 100 clientes na Associação Paraibana dos Hospitais Encontro reuniu mais de 100 clientes na Associação Paraibana dos Hospitais

A cada 10 segundos, uma pessoa morre em consequência das complicações do diabetes. No mundo, mais de 340 milhões de pessoas são portadores de diabetes mellitus. 

Se não for tratado adequadamente, com os devidos cuidados especiais que exige, o diabetes pode apresentar diversas complicações e levar à morte.

Com o objetivo de auxiliar as pessoas nos cuidados necessários para controlar a doença, a Unimed JP realizou, no último sábado (19), o 7º Encontro dos Grupos de Educação Terapêutica em Diabetes, no auditório da Associação Paraibana dos Hospitais, na Torre, das 7h30 às 12h.

O evento reuniu mais de 100 pessoas, todas clientes que já participaram do Grupo de Educação Terapêutica em Diabetes da Unimed JP (GET). O grupo faz parte de um programa desenvolvido pela Cooperativa para auxiliar os portadores de diabetes mellitus. A abertura foi realizada pelo coordenador da Promoção da Saúde, Garibaldi Souto Albuquerque. 

“Este encontro será um complemento e um reforço dos conhecimentos adquiridos por vocês nas atividades do Grupo de Educação Terapêutica, programa que já beneficiou entre 700 e 800 pessoas e que nos mostra que estamos no caminho certo”, disse Garibaldi. A abertura ainda contou com a participação da coordenadora de Educação e Logística da Promoção da Saúde, Ercília Nunes Rodrigues.

Logo após a abertura, a programação do encontro teve prosseguimento com a realização de uma sessão especial de ginástica laboral. Na ocasião, os participantes aprenderam dicas de alongamento e exercícios para realizar em casa e ajudar a controlar o diabetes. A atividade foi coordenada pela professora de educação física, Tereza Helena Aguiar.

DIABETES E DEPRESSÃO

As pessoas que possuem diabetes têm de 2 a 3 vezes mais chances de desenvolver depressão. O alerta foi feito pela psicóloga Lara Guerra, que ministrou a primeira palestra do 7º Encontro dos Grupos de Educação Terapêutica em Diabetes.

A especialista mostrou dados que indicam que em cada 100 pessoas que têm diabetes descontrolada, 40 desenvolvem depressão. “As pessoas que têm depressão e diabetes têm mais chance de desenvolver complicações, já que não têm ânimo para se cuidar, para realizar o tratamento adequado”, enfatizou.

Segundo a psicóloga, alguns mitos atrapalham o diagnóstico da depressão. “Crença que sintomas depressivos são reações normais à vida, pouca valorização dos sintomas depressivos e dificuldades para diferenciar angústia de depressão, por exemplo, dificultam a procura por tratamento”, disse.

A psicóloga explicou que a depressão pode ter causa genética (família com vulnerabilidade biológica), psicológica (indivíduos com baixa auto-estima, pessimismo, baixa resistência ao estresse), ambientais (perda de um ente querido, aparecimento de uma doença crônica, conflitos de relacionamento).

Lara Guerra apresentou alguns sintomas que indicam a depressão, como tristeza profunda, falta de desejo sexual, pensamentos pessimistas e repetitivos que não saem da cabeça, dificuldade de concentração e perda de memória, alterações do apetite e do sono, inquietação e irritabilidade, entre outros.

“Nesses casos, o tratamento deve envolver a família, a prática de atividade física e um acompanhamento com um psicólogo - que tratará das causas da mente - e do psiquiatra - que cuidará do corpo", disse. 

PLANO ALIMENTAR

O tripé do tratamento do diabetes é: medicação, exercício físico e alimentação. A afirmação foi feita pela nutricionista Regina Monteiro, que mostrou como os alimentos ingeridos interferem nos níveis glicêmicos. “O controle da glicose diminui os riscos de complicações. E esse controle pode ser feito com a ajuda dos alimentos”, disse.

Regina Monteiro mostrou como um plano alimentar pode contribuir com o tratamento. “Comer sem padrão aumenta a glicose por mais medicação que você tome”, afirmou. Segundo a especialista, um plano alimentar é composto por um cardápio simples, contendo os nutrientes que o organismo precisa como fonte de energia. “É preciso manter uma rotina de horários regulares para as refeições. Para isso, é necessário: comprometimento, disciplina, motivação, persistência”, disse. 

Na ocasião, a nutricionista mostrou exemplos de cardápios equilibrados, com quantidade das porções por alimentos.

DIA MUNDIAL DO DIABETES

Metade das pessoas que têm diabetes desconhece essa condição. Segundo a enfermeira Fátima Moreira, última palestrante do encontro, a doença é responsável por um gasto anual de cerca de 378 bilhões de dólares.

“O maior custo provém das incapacitações e mortes precoces. No entanto, as mudanças de estilo de vida podem reduzir epidemias como a do diabetes”, disse.

Como forma de alertar as pessoas sobre os perigos da doença, Fátima Moreira explicou que a Federação Internacional de Diabetes (IDF), em parceria com a Organização Mundial da Saúde, criou em1991 o Dia Mundial do Diabetes, comemorado em 14 de novembro. “A mobilização cada ano aborda um tema diferente, ocorrendo eventos de conscientização e prevenção. As associações de diabetes de mais de 150 países celebram este dia, com atividades para grupos específicos e para população em geral”, explicou.

Segundo Fátima Moreira, a data foi escolhida por ser o aniversário do cientista canadense Frederick Banting, um dos descobridores da insulina em 1921.

A enfermeira explicou que em 2007, a ONU reconheceu o diabetes como um problema de saúde pública e conclamou os países a divulgarem esse dia como forma de alertar os governos a definirem políticas de prevenção e tratamento.

“Entre as iniciativas realizadas em todo o mundo no Dia Mundial do Diabetes, estão a iluminação na cor azul de monumentos brasileiros, como o Cristo Redentor e o Pão de Açúcar. Em João Pessoa, a fachada do Hospital Unimed JP foi iluminada de azul. A cor foi escolhida para a campanha por fazer referência ao símbolo da Organização das Nações Unidas (ONU)”, disse.

DEPOIMENTOS

Há um ano e três meses, a comerciante Eunice Mororó da Rocha conheceu o Grupo de Educação Terapêutica da Unimed JP. “Esse programa da Unimed JP chegou na minha vida em uma boa hora. Descobri que era portadora de diabetes, mas não tomava os devidos cuidados”.

A comerciante conta que tinha um acompanhamento médico, mas não conseguia seguir o tratamento porque não colocava por em prática os cuidados necessários para controlar a doença. “Hoje aprendi a viver de forma diferenciada, adaptei a alimentação e vivo com mais satisfação porque sei que estou cuidando da minha saúde. Hoje já perdi 11 quilos e estou muito feliz”, afirmou.

Para a funcionária pública Edjane Luna, participar do Grupo da Unimed JP representou um “divisor de águas” na sua vida. “As orientações que aprendi com a equipe da Unimed JP são fundamentais no meu existir. Hoje me sinto muito melhor e desmistifiquei muitas coisas na minha vida, como, por exemplo, a história de comer só por prazer", explicou.

ATENÇÃO PERMANENTE

A Unimed JP dedica uma atenção especial e permanente aos clientes portadores de diabetes. Desde 2004, a Cooperativa desenvolve o Programa de Educação Terapêutica em Diabetes, o UniDia, cuja finalidade é possibilitar o controle da doença através de orientações e atividades de promoção da saúde. Exclusivo para clientes diabéticos da Unimed JP, ele já beneficiou mais de 700 pessoas.

Um das atividades do UniDia é o Grupo de Educação Terapêutica (GET). Durante um mês, cada grupo participa de quatro reuniões consecutivas – uma por semana. Nestes encontros, os participantes discutem os mais variados aspectos do diabetes com uma equipe multidisciplinar, formada por psicóloga, endocrinologista, nutricionista e enfermeira, além de uma facilitadora, que participa de todas as atividades do GET.

Aproximadamente três meses depois destes encontros, é marcada uma reunião de retorno. Sempre, no final do ano, a Unimed JP promove um grande encontro com todos os participantes.