Belos, divertidos... e perigosos. Tradição nos festejos juninos, os fogos de artifício se transformam em uma verdadeira arma quando não são utilizados corretamente. O alerta é do cirurgião plástico restaurador Laurence César de Sousa, médico cooperado da Unimed João Pessoa.
De acordo com o médico, junto com as festividades juninas vem o aumento das queimaduras causadas por fogos de artifício, um problema que preocupa profissionais de saúde e de segurança pública. O médico informou que estatísticas apontam que de cada dez pessoas que mexem com fogos, pelo menos uma se acidenta.
Ele explica que, além de provocar queimaduras, quando explodem os fogos podem causar mutilações, lesões nos olhos e até surdez. As maiores vítimas são crianças entre 4 e 14 anos, que respondem por 80% dos casos.
Para evitar estes problemas, o cirurgião recomenda cautela neste tipo de brincadeira. No caso das crianças, orienta os pais ou responsáveis a acompanharem o momento de soltar os fogos, mesmo que eles tenham classificação indicativa para esta faixa etária.
Este assunto foi abordado pelo médico na coluna Unimed Saúde, publicada hoje (22) nos jornais Correio da Paraíba, O Norte e Jornal da Paraíba. O material também está disponível aqui no Portal Unimed JP na seção Consultório Médico, onde o internauta pode ler diversos artigos de médicos cooperados sobre os mais diversos temas, e na versão online da coluna Unimed Saúde.
O ARTIGO
Confira abaixo o artigo de Laurence César de Souza na íntegra:
“O perigo dos fogos de artifício
Com a chegada do período junino, o perigo de queimaduras provocadas por fogos de artifício volta a ser alvo de preocupações dos profissionais de saúde e de segurança pública. Uma em cada dez pessoas que mexem com fogos de artifício têm membros amputados, principalmente dedos. Além de provocar queimaduras, quando explodem, os fogos podem causar mutilações, lesões nos olhos e até surdez. As pessoas mais atingidas são homens com idade entre 15 e 50 anos, no entanto, as maiores vítimas, cerca de 80%, são crianças entre 4 e 14 anos.
Ao lidar com fogos de artifício, é preciso atenção extrema, principalmente em se tratando de crianças, que não têm noção do perigo a que estão expostas. As embalagens de fogos de artifício possuem classificações que contêm recomendações específicas, tais como faixa etária de usuários e locais apropriados para a manipulação. Embora, nenhum tipo de fogo de artifício seja totalmente seguro para o manuseio de crianças. Nem mesmo os classificados como categoria A, destinados a esse público, dispensam a supervisão de um adulto.
Não interessa qual a profundidade da queimadura, o primeiro cuidado é a utilização de água corrente na zona lesada. Um jato suave de água fria (não usar gelo), por dez minutos, na zona queimada é o melhor tipo de tratamento imediato para a queimadura. Nunca usar nas lesões produtos como creme dental, sabão, borra de café, manteiga ou azeite, nem tentar descolar tecidos grudados na pele queimada.
Um creme que pode ser usado para aliviar a ardência é o creme de Sulfadiazina de prata 1%, cujo uso é restrito apenas para um pequeno grupo de pessoas que são alérgicas à sulfa. Se for possível, deixar a lesão exposta sem ataduras ou outros envoltórios. Analgésicos caseiros podem ser usados.
Em todas as situações deste tipo de lesão, o médico deve ser consultado imediatamente. Casos mais graves e em grande parte do corpo devem ser encaminhados para atendimento de urgência e emergência no Hospital de Trauma.”