O tratamento de aneurisma de aorta passou por mais um importante avanço na Paraíba esta semana. Pela primeira vez, a cirurgia endovascular para correção do problema - moderna técnica minimamente invasiva - foi realizada por cirurgiões vasculares que atuam no Estado sem necessidade da presença de profissionais de fora. O procedimento, chamado Correção Endovascular de Aneurisma de Aorta Abdominal Roto, ocorreu no Hospital Unimed JP e foi feito pelos médicos Antônio Luís Ximenes e Otacílio Figueiredo da Silva Júnior. O paciente Onildo Brito Queiroz, de 72 anos, recebeu alta da UTI Pós-Operatório para um apartamento do Hospital Unimed JP às 8h da manhã desta quinta (27), menos de 24 horas após a cirurgia. Caso tivesse sido submetido ao procedimento convencional (cirurgia aberta), a média de internação na UTI seria de 4 dias. O cirurgião vascular Antonio Ximenes informou que a cirurgia foi realizada por apenas duas incisões (cortes) de aproximadamente 8 cm na região da virilha, bilateralmente, por onde foi introduzida uma prótese na artéria aorta abdominal. Desta forma, foi evitada a abertura da cavidade abdominal. Antonio Ximenes explicou, ainda, que o paciente Onildo Brito não poderia ser submetido à cirurgia convencional para correção do problema porque é portador de hepatopatia (doença do fígado) grave e tem distúrbio de coagulação. O procedimento contou com o apoio da hematologista Flávia Pimenta e do anestesiologista Onacir Gomes Filho. Aneurisma é uma dilatação anormal, localizada e permanente de uma artéria como conseqüência de um enfraquecimento de sua parede, ou de uma "solicitação" anormal sobre a estrutura normal da parede arterial. A aorta tem normalmente entre 2,5cm e 3 cm. No caso de Onildo Brito, com a dilatação ela já se encontrava com 6,8 cm, situação considerada muito grave, havendo o risco de rompimento, o que poderia causar a morte do paciente entre 1 e 2 minutos. ENTENDA O PROCEDIMENTO Na cirurgia endovascular, faz-se uma pequena incisão na virilha e, através da aorta femoral aí localizada, é passada uma endoprótese por dentro da aorta para substituir o segmento dilatado. Trata-se de procedimento mais simples do que a operação convencional, com recuperação mais rápida do paciente. No entanto, somente alguns aneurismas apresentam características anatômicas e condições necessárias para serem tratados por esta técnica que é minimamente invasiva, ou seja, exige pequenos cortes. COMO É A OPERAÇÃO CONVENCIONAL A aorta dilatada é trocada por um tubo de plástico (dacron) que é perfeitamente integrado ao organismo. O paciente permanece na UTI durante até três quatro dias e, se não houver intercorrências, pode ter alta hospitalar de 6 a 7 dias após a operação. Depois disso, deverá repousar por mais uma semana, quando serão retirados os pontos e, a partir de então, poderá gradativamente voltar às suas atividades habituais, o que só ocorrerá cerca de 30 dias após o ato cirúrgico.