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Cartilha orienta médicos para atendimento de paciente com dengue

Publicada em 30/03/2008 às 09h

 Um guia prático para a identificação dos sinais e sintomas de gravidade na Dengue. A cartilha, produzida pela Unimed e elaborada pelos infectologistas Francisco Orniudo Fernandes e Ana Isabel Fernandes, presta uma orientação terapêutica e de condução do caso para os médicos no atendimento do paciente com sintomas da dengue.

A cartilha impressa está disponível no setor de Capacitação Funcional da Cooperativa e pode ser obtida através do telefone 2106- 0205. O médico também pode ter acesso ao material pela Internet, clicando no link abaixo.

http://www.unimedjp.com.br/arquivos/download/atendimento_dengue.pdf

Este semana, levando em consideração a epidemia de dengue em alguns estados do país, a Unimed JP começou a produzir uma série de ações para prestar esclarecimento sobre a prevenção da doença para médicos, clientes e funcionários da Cooperativa. 

A doença

 

Cansaço, febre, dor no corpo? Cuidado, o que você pensa ser uma simples gripe pode ser dengue, uma doença com sintomas muito similares, transmitida apenas pela picada de um mosquito, aparentemente inofensivo: o Aedes Aegypti. Longe de significar melindre ou manha, como denota o nome, a dengue é séria e pode matar. Os dados são alarmantes: somente este ano em todo o país, até a última semana de fevereiro, o Ministério da Saúde constatou mais de 35.000 casos de dengue. Os estados mais atacados são: Rio de Janeiro (26%), Pará, Tocantins, Goiás, Ceará, Minas Gerais, Rio Grande do Norte e Mato Grosso. As mortes já chegam a 114. Das 54 ocorridas no Rio de Janeiro, 27 eram crianças. E especialistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) afirmaram que o estado já passa pela epidemia mais grave da história. Portanto, fique de olho. Conheça mais sobre a doença e saiba como proteger sua família desse mal. 

Segundo pesquisadores, existem quatro tipos de vírus causadores da dengue. Até alguns meses atrás só haviam sido registrados casos do tipo 1, 2 e 3. No entanto, em março deste ano, exames de sangue feitos em Manaus demonstraram que o tipo 4 da doença - muito comum na Colômbia e na Venezuela - que não era identificada no Brasil desde 1982, está de volta. Ainda que essa variante não seja o tipo mais grave da doença, se não for controlada, pode ocasionar quadros problemáticos na saúde pública do país. Mesmo pessoas que já tiveram alguma das outras três formas da dengue não estão imunes a ela. De acordo com o etimologista e pesquisador Anthony Érico, do Instituto Oswaldo Cruz, no Rio, o vírus destrói as plaquetas sangüíneas, responsáveis pela coagulação do sangue, o que pode levar a hemorragias e à morte. 

Por isso, especialistas distinguem a doença em dois tipos: dengue clássica e dengue hemorrágica. "Se a pessoa contraiu a dengue clássica e não recebeu o tratamento adequado, esta pode evoluir para a hemorrágica. E se a pessoa já teve dengue e contraiu a doença novamente, as chances de ela evoluir para a hemorrágica são maiores", explica Anthony Érico. 

Tive dengue duas vezes e não foi fácil. A febre foi o pior, porque era muito alta, em torno dos 40º, e me deixou muito fraca. Sentia como se estivesse gripada

Na dengue hemorrágica, o doente pode apresentar insuficiência circulatória e choque, o que pode levar à morte em até 24 horas. De acordo com estatísticas do Ministério da Saúde, aproximadamente 5% das pessoas com dengue hemorrágica morrem.

Transmissão

Sabe aquele pernilongo irritante? Olhe mais de perto. Se ele for escuro, com listras brancas e menor do que um pernilongo comum, você pode estar frente a frente com o transmissor da doença, que tem aparecido em novos surtos no país, desde 1986. O Aedes Aegypti gosta de calor e umidade. Por isso, encontra clima propício para procriar em países tropicais como o nosso.

Quando o mosquito pica uma pessoa infectada, o vírus se instala e se multiplica em seu organismo. A partir de então, o inseto torna-se infectado. Com vida muito curta - aproximadamente 45 dias - o Aedes é voraz, podendo picar a cada 20 ou 30 minutos, normalmente durante o dia, mas também pela noite. Apenas as fêmeas transmitem a doença, pois os machos se alimentam de seiva das plantas e não de sangue.

As fêmeas põem seus ovos dentro de qualquer recipiente que acumule água, até mesmo flores como a bromélia. Eles aderem às paredes do recipiente e podem sobreviver até um ano caso o local seque. Portanto, não adianta apenas trocar a água contaminada por limpa. Se esses recipientes não forem esfregados com uma bucha, dos ovos aderentes surgirão as larvas, que vão dar origem a novos mosquitos.

Acho que estou com dengue...

Febre alta, fraqueza, falta de apetite, dores musculares, nas juntas, dor de cabeça e atrás dos olhos são os sintomas mais comuns da doença. "Pode haver, ainda, sangramentos na gengiva, nariz e manchas vermelhas ou arroxeadas pelo corpo", explica a médica Marta Cardoso, pesquisadora da Janssen-Cilag Farmacêutica, alertando: "A dengue é uma doença de duas fases. Na primeira, os sintomas são mais intensos e podem ir embora por até dois dias. É quando a pessoa pode pensar que teve apenas uma gripe, mas a febre e as dores voltam". Ao apresentar qualquer um desses sintomas, deve-se, imediatamente, procurar um médico, principalmente se você vive em uma região de focos do mosquito.

A automedicação é perigosa, porque, segundo a Dra. Marta Cardoso, muitos desconhecem que não devem, de forma alguma, utilizar medicações contendo ácido acetil salicílico. Já que estas podem contribuir para o surgimento de hemorragias e agravar a situação do paciente.

Dengue novamente?

E mesmo já tendo sido contaminado pelo vírus uma vez, pode-se contrair a dengue novamente. Ficamos imunizados apenas contra o tipo de vírus que provocou a doença pela primeira vez, mas existem as outras três formas. "Tive dengue duas vezes e não foi fácil. A febre foi o pior, porque era muito alta, em torno dos 40º, e me deixou muito fraca. Sentia como se estivesse gripada, mas sabia que poderia ser dengue, já que a temperatura não abaixava de jeito nenhum. Procurei ajuda médica logo no primeiro dia de mal-estar, assim, o quadro não evoluiu para pior", diz Viviane Ramos, 25 anos.

Tratamento

Ainda não há um tratamento específico para a dengue. E o prognóstico para o futuro não é dos melhores. Apesar do avanço tecnológico dos últimos anos, a Fiocruz afirma que a vacina contra a dengue não chegará à população em menos de cinco anos. Por ser uma virose, o que se espera desse tipo de doença é que ela vá embora sozinha, assim como a gripe. "O que fazemos é tratar os sintomas. Para as dores, receito analgésicos e antitérmicos, como o Paracetamol. Também é necessário repouso e ingestão de muito líquido", informa Dra. Marta Cardoso. É essencial manter a pessoa contaminada o mais saudável possível. Dessa forma, seu organismo terá forças para combater o vírus intruso. Complementos vitamínicos e homeopatia também podem ser utilizados no tratamento.