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Carnaval com respeito: lei garante assistência às pessoas vítimas de violência sexual

Publicada em 27/02/2025 às 07h

Lei determina que vítimas de violência sexual sejam atendidas em hospitais públicos mesmo sem boletim de ocorrência Lei determina que vítimas de violência sexual sejam atendidas em hospitais públicos mesmo sem boletim de ocorrência

Período de celebração e alegria, o carnaval também traz uma estatística preocupante: nessa época do ano, os casos de violência sexual contra as mulheres aumentam. Uma pesquisa divulgada pelo Instituto Vozes para o Instituto Patrícia Galvão apontou que, em 2024, 50% das mulheres afirmaram que já foram vítimas de assédio nas festividades de carnaval. Ainda nesse mesmo levantamento, 7 em cada 10 brasileiras têm medo de passar por essa situação. Por isso, em meio à folia, é essencial lembrar que a segurança e o acolhimento são direitos de todas.

E esse cuidado é assegurado pela Lei do Minuto Seguinte, que entrou em vigor em 2013 e dispõe sobre o atendimento obrigatório e integral de pessoas em situação de violência sexual nos hospitais da rede pública. Essas unidades devem oferecer atendimento emergencial, integral e multidisciplinar, garantindo o controle e o tratamento dos agravos físicos e psíquicos decorrentes de violência sexual. Se for necessário, a lei também assegura encaminhamento aos serviços de assistência social. Esse atendimento prioritário não exige boletim de ocorrência ou autorização judicial, garantindo agilidade e eficiência no amparo às mulheres.

Apesar de a lei ser direcionada aos hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS), a Unimed João Pessoa, que tem uma carteira de mais de 175 mil clientes, tem um protocolo no Hospital Alberto Urquiza Wanderley para atendimento às vítimas de violência. A unidade conta com uma equipe multiprofissional preparada para oferecer suporte integral, acolhendo e protegendo as vítimas.

ATENÇÃO DAS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS

As instituições públicas estão atentas ao aumento significativo da violência contra a mulher durante o carnaval e estão realizando a campanha  “Meu corpo não é sua folia” para combater a importunação sexual durante os festejos carnavalescos. Coordenada pela Rede de Proteção às Mulheres em Situação de Violência na Paraíba (Reamcav), a iniciativa envolve diversos órgãos, como a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social, Polícia Civil, Ministério Público, Tribunal de Justiça, Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Paraíba, Defensoria Pública, entre outros.

“Por mais que haja um esforço dos órgãos de segurança, sabe-se que a violência sexual vai ocorre. A assim, é preciso garantir o atendimento imediato e humanizado à mulher vítima de violência, em especial no período carnavalesco, sendo importante a divulgação dos locais nos quais funciona a rede de assistência referenciada para casos de violência sexual", declarou a procuradora regional dos Direitos do Cidadão, Janaina Andrade, em material divulgado pelo Ministério Público Federal.