O processo de humanização envolve questões amplas que vão desde um projeto político de saúde apoiado em valores como cidadania, compromisso social e a saúde como qualidade de vida, passando pela revisão das práticas de gestão tradicionais até os de atuação profissional, no qual as relações interpessoais se fazem presentes. Nesse contexto, a formação dos profissionais que compõem a instituição precisa ser centrada, principalmente, no aprendizado.
O alerta foi feito pela coordenadora do Departamento de Recursos Humanos do Hospital São Paulo (Unifesp), Laise Nuci, que ministrou palestra na noite da última quarta-feira (21), na abertura do 2º Encontro de Humanização da Unimed JP, realizado no Littoral Hotel, no Cabo Branco. O evento reuniu profissionais da saúde de várias instituições, funcionários da Unimed JP e médicos cooperados.
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No início, os participantes foram acolhidos com uma mensagem de Natal, que foi representada pelo funcionário da Coordenação de Capacitação Funcional da Unimed JP, Salomão Neves.
Em seguida, foi formada a mesa de abertura do evento. Compuseram a mesa, o diretor Financeiro da Unimed JP, João Modesto Filho; o presidente do Sistema OCB-PB/Sescoop, André Pacelli; o coordenador de Capacitação Funcional e Humanização da Unimed JP, Fernando Florêncio; representante do Hospital Unimed Brasília, Elizabete Santos; e coordenadora do Departamento de Recursos Humanos do Hospital São Paulo (Unifesp), Laise Nuci.
Na abertura, o diretor João Modesto Filho, falou sobre a importância da Unimed JP promover um encontro para discutir humanização. "Esse é um momento muito particular da Unimed JP, que acabou de completar 40 anos de fundação na última sexta-feira (16). Uma experiência idealizada por Alberto Urquiza Wanderley. Esperamos exercer uma medicina não apenas curativa, mas que possibilite uma melhor qualidade de vida para os seus clientes, funcionários e cooperados", disse.
O presidente do Sistema OCB-PB/Sescoop, André Pacelli, que também é secretário de Responsabilidade Social e Desenvolvimento Humano, falou sobre a satisfação em promover junto com a Unimed JP diversos cursos de capacitação durante todo o ano. "Muito importante discutir um tema como esse. Temos um hospital de alta complexidade, que atende muitas pessoas fragilizadas e precisam ser acolhidas da melhor forma possível", afirmou.
Para o coordenador de Capacitação Funcional e Humanização, Fernando Florêncio, os pilares da humanização são amor e respeito ao próximo aliado à competência. "O objetivo da humanização é, principalmente, possibilitar um ambiente saudável para clientes, funcionários e médicos", disse.
A representante do Hospital Unimed Brasília, Elizabete Santos, parabenizou a Unimed JP pela realização do Encontro. "Acredito que, sem humanização, não vamos a lugar algum", enfatizou.
TROCA DE EXPERIÊNCIA
"Humanização: a experiência do Hospital São Paulo" foi o tema da palestra ministrada pela coordenadora do Departamento de Recursos Humanos do Hospital São Paulo (Unifesp), Laise Nuci.
A coordenadora de RH do Unifesp apresentou um panorama da estrutura do Hospital de São Paulo. Ela explicou que a maior parte dos atendimentos do Hospital de São Paulo é de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), apesar do Hospital ser privado. "Em 2001 foi criado o Programa Nacional de Humanização da Assistência à Saúde e recebemos suporte do Ministério da Saúde para implantarmos na nossa instituição. Em 2003, esse programa foi ampliado", afirmou.
Laise Nuci explicou que a primeira atitude do Hospital quando criou o programa foi listar as ações que já eram realizadas dentro de uma política de humanização. "A gente viu que fazíamos algumas ações. Só que faltava muita coisa. Não se viam, por exemplo, todos os funcionários como participantes de um processo de humanização e o programa precisava de um ciclo de melhorias de estrutura, apoiados em processos e resultados. Não se pode confundir humanização com gentileza. È preciso medir as ações que são realizadas dentro de um programa", disse.
A coordenadora explicou que a humanização estimula a melhoria das relações com o cliente interno e externo. "Eu acredito que a humanização é uma construção coletiva, que só pode acontecer com a troca de saberes. Além disso, o programa de humanização facilita e abre caminho para o certificado de Acreditação Hospitalar. Ela falou sobre algumas ações dentro do Programa de Humanização do Unifesp, como o Programa de Transplantes, o Programa Unicão. As ações de Humanização do Hospital de São Paulo serão discutidas com maior profundidade na programação desta quinta-feira do Encontro de Humanização (veja programação abaixo).
Em seguida, o coordenador de Capacitação Funcional e Humanização da Unimed JP, Fernando Florêncio, falou sobre o Programa de Humanização da Cooperativa. "A Humanização é uma meta primordial da Unimed JP. Por isso foi elaborado um programa que, de forma sistemática, busca aliar a expectativa do cliente à missão, visão e valores da Cooperativa", explicou.
Segundo Fernado Florêncio, a humanização deve ser resgatada, pois é direito do paciente/cliente como ser humano ter a sua dignidade mantida, ter respeitadas as suas necessidades.
Fernado Florêncio explicou que o Programa de Humanização da Unimed JP foi criado em 2006, há cerca de 5 anos. "Primeiro foi necessário um planejamento, a formação do grupo de humanização e treinamento do pessoal", explicou. O coordenador finalizou apresentando com as ações de Humanização, a exemplo das maratonas, encontros, ações na pediatria, entre outros.
Para a psicóloga Laura Maria Abrantes, do Hospital Clementino Fraga, o primeiro dia do Encontro de Humanização foi bastante proveitoso. "Conhecer a experiência de outros serviços, trocar informações do que é uma política de Humanização, parâmetros de atendimento, acolhimento, sempre com o objetivo de melhorar as relações humanas, promovendo a saúde, é muito salutar", afirmou.
A assistente social Risomar Firmino, do Hospital Arlinda Marques, acredita que a discussão da humanização permite que as instituições possam melhorar as ações da área observando o que de melhor é feito em cada Hospital para que se possa adaptar à realidade de cada um. "Hoje a humanização está em todas as áreas, e principalmente na saúde, ela é imprescindível", disse.
PROGRAMAÇÃO
Nesta quinta-feira (22), o evento será iniciado às 8h e contará com a animação do Uniamigos da Alegria. Após o momento de descontração, a médica Fátima Cartaxo discutirá sobre envelhecimento saudável.
Após um coffee break, os participantes entenderão detalhes da implantação do Programa de Humanização, com a médica Maria de Lourdes. Na sequência, será realizada a mesa-redonda "Humanização no Atendimento: relato de experiências". Participarão da discussão Fernando Florêncio (coordenador da mesa-redonda); Laura Abrantes (Hospital Clementino Fraga), Maria de Lourdes (Hospital Edson Ramalho), Laise Nuci (Unifesp), Risomar Firmino Leite (Hospital Arlinda Marques) e Elizabete Santos (Hospital Unimed Brasília).
TARDE
Às 12h15, haverá uma pausa para o almoço, que será servido aos participantes do restaurante do Littoral Hotel. Em seguida, às 14h, os participantes farão uma sessão de ginástica laboral.
Na sequência, serão realizadas duas palestras: "A importância da espiritualidade no processo de morte e do morrer", que será ministrada pela psicóloga do Hospital Unimed JP, Lusinete Cantisani; e "Projeto Lucas: o ser humano à luz do cristianismo", a ser ministrada pelas médicas Maria do Desterro, Márcia Brandeburski e Eliana Zakies.
O encontro será finalizado às 17h15, com um coffee break.