• Início
  • Notícias
  • Aucélio Gusmão revela novidades da Unimed JP em entrevista ao Correio

Notícias

Aucélio Gusmão revela novidades da Unimed JP em entrevista ao Correio

Publicada em 29/06/2010 às 09h30

Presidente anunciou ampliação dos serviços do Hospital Unimed JP Presidente anunciou ampliação dos serviços do Hospital Unimed JP

O presidente da Unimed JP, Aucélio Gusmão, revelou algumas novidades que serão postas em prática pela Cooperativa em entrevista publicada no Jornal Correio da Paraíba no último domingo (27).

Uma das notícias anunciadas refere-se à ampliação dos serviços oferecidos pelo Hospital Unimed JP, que passará a realizar transplantes de pâncreas e pulmão. O presidente falou também sobre o novo sistema de marcação de consultas, que será informatizado e feito pelo consultório. 

Outros assuntos abordados por Aucélio Gusmão na entrevista foram Responsabilidade Social, Promoção da Saúde e a crescente procura pelo atendimento no Hospital Unimed JP, entre outros.

LEIA A ENTREVISTA

“Unimed fará transplante de pulmão”

O Hospital da Unimed se prepara para a realização de transplantes de pulmão e pâncreas. Os estudos já estão sendo feitos, depois que o desafio foi oferecido pelo Ministério da Saúde a partir do sucesso alcançado pelo hospital com fígado e coração. A revelação é do presidente da Unimed-JP, Aucélio Gusmão que anunciou outra notícia boa para o consumidor: a Unimed vai acabar com sistema de marcação de exames. Em 60 dias tudo deverá estar informatizado, com as necessidades sendo atendidas no próprio consultório médico. Em seu gabinete,

Aucélio recebeu o Correio para conversar sobre a instituição. Revelou que a Unimed-JP é hoje uma referência nacional, explicou o que acontece no hospital em momentos de pico no atendimento, o que acaba gerando reclamações e falou sobre as iniciativas de promoção da saúde e de responsabilidade social da cooperativa.

A entrevista

- Por que tantas entidades médicas têm reclamado dos preços pagos pelos planos de saúde pelos serviços?

- A primeira questão que precisamos explicar é que existem no Brasil cerca de 1.600 operadoras e muitas delas não cumprem com seus compromissos e servem mais como intermediadoras, que entram no processo com o objetivo de ganhar dinheiro e aí, na hora de remunerar o médico, por exemplo, alguém tem que pagar a conta. São operadoras que não têm compromissos com o cidadão, com a sociedade, muito menos como os médicos.

- Mas aqui na Paraíba os pediatras se mobilizaram protestando contra a baixa remuneração...

- Eles se solidarizaram com o protesto nacional, coisa que em relação à Unimed não houve nenhuma ameaça de paralisação, porque a Unimed remunera adequadamente, com presteza num compromisso muito sério.

- Presteza e compromisso sério querem dizer o quê?

- Todo o trabalho realizado, nós recebemos essas contas até o dia 25 de cada mês e, religiosamente, pagamos no dia 20 do mês subseqüente. O que tem atrapalhado um pouco e, certamente tem repercutido no preço, nos repasses para os médicos, é que o custo da medicina cresceu bastante.

-Em que setores esses custos aumentaram?

- O diagnóstico hoje é extremamente caro. Há exames sensacionais, todavia, têm um custo exagerado. A modernidade impõe isso. E tudo que é exuberante, enriquecedor no diagnóstico e no tratamento ou as pessoas têm acesso a ele ou de nada valeu. Some-se a isso o custo de procedimentos cirúrgicos que necessitam de próteses, muitas vezes importadas, que têm valores bastante significativos.

- Que exames são esses que encarecem tanto o custo?

- Vou dar uma perspectivas em relação à imaginologia. Até algum tempo atrás, em João Pessoa, de imagem você tinha o raio X. De repente surgiu a ultra-sonografia – um ganho importante para o diagnóstico. Pouco tempo depois chegou a tomografia computadorizada e há poucos anos, , a ressonância magnética. De um raio X, que custa algo em torno de R$ 50 chegamos a uma ressonância que custa mais de R$ 900.

- Como os planos convivem com esses aumentos de custos, se a receita é controlada?

- Isso tem nos angustiado. O médico dentro da Unimed é dono e ela não pode ficar devendo a ninguém. Ela paga a todos e, por fim, o que sobrou ao dono. Essa é a real situação.

-Como os dirigentes dos planos de saúde encaram essa situação?

- Dirigir plano de saúde hoje tem essa perspectiva. Nós, as operadoras, ficamos numa situação engraçada até. Como você tem um compromisso de oferecer resultados, se você não manda na receita – quem autoriza o reajuste é de fora para dentro. E não manda na despesa, porque nós trabalhamos com o inusitado. Não sei, eventualmente, quantos casos, no mês de junho, vou ter de infartados, quantos traumatismos de crânio.

- E a remuneração, como é definida?

- Também de fora para dentro. A tabela é a da Associação Médica Brasileira. Com todo respeito à Associação Médica, eles não vão pagar nenhuma conta.

- Qual o perfil da Unimed hoje?

- Em João Pessoa, nós temos uma cooperativa plenamente equilibrada econômica e financeiramente. Não deve tributos, não deve a garantidores e paga rigorosamente em dia. Poucas operadoras no País desfrutam dessa situação. A Paraíba é um exemplo dentro do sistema Unimed e de um modo geral. Tem operadora que paga todo mês, mas remunerando trabalho produzido há 60, 90 dias. É uma cooperativa que, mesmo sendo de um estado menos emancipado economicamente, consegue dar exemplos para o Brasil. Seguidamente somos procurados por unimneds maiores do que a gente que estão interessadas em nossos processos.

- Esse crescimento da Unimed também é registrado quando o quesito é qualidade?

- Veja o nosso hospital que encampa uma Medicina de Primeiro Mundo, com diagnóstico preciso, tratamento especializado, UTI com resultados sensacionais, equipe de cirurgiões da melhor qualidade. Assumimos o desafio dos transplantes e até mesmo forçamos os outros hospitais a melhorar, à medida que a competição foi por qualidade.

- O senhor se referiu aos transplantes. Em que estágio a Paraíba se encontra?

- Quem poderia imaginar há 10 anos, que nós estivéssemos fazendo transplantes de coração? De fígado, de rim?

- Qual o próximo desafio?

- O Ministério da Saúde nos ofereceu e nós vamos aceitar fazer transplante de pulmão e de pâncreas. Os nossos resultados convencem. Se não fora assim não estariam querendo ampliar nossa prestação de serviços de alta complexidade.

- Como tem sido o trabalho para conseguir a doação de órgãos?

-Nós temos tido alguma dificuldade porque os bons resultados no transplante de coração são obtidos quando realizado com o coração batendo. E aí tem a crença religiosa – doutor o coração está batendo, quem sabe mais é o Homem lá de cima. Mesmo que já tenha sido diagnosticada a morte cerebral. É preciso um trabalho redobrado para conseguir autorização. Por isso o transplante de coração é mais lento. Já de fígado já fizemos quase 60 com bons resultados.

- Um setor altamente sensível nos hospitais é a UTI. Quais são os resultados no hospital?

- Veja só a UTI neonatal, que recepciona os bebês que não estavam com 9 meses, prematuros, com baixo peso. Um de nossos recordes é uma mocinha que nasceu com 780g. Houve o caso dos quíntuplos também. Nós tínhamos o bom médico e faltava colocar na mão dele a ferramenta adequada. O Hospital é essa ferramenta. Quem quer fazer uma ponte de safena fora hoje, se fazemos aqui com resultado impar?

- E as reclamações de superlotação e de mau atendimento, especialmente na urgência?

- A verdade é a seguinte: ele tem uma preferência muito forte. Na hora em que as pessoas adoecem, a primeira opção do paciente é o hospital da Unimed. E claro, como todo hospital, hotel ou qualquer outra instituição, tem um limite. A pessoa que deseja ir pra lá, quando dizemos que estamos sem vagas, prefere ficar tomando um soro numa cadeira até que surja a vaga. Isso é ruim, mas não podemos obrigar o cidadão a ou a cidadã a ir para outro lugar.

- Um tema que sempre está na imprensa quando se trata de hospital é o controle da infecção. Como o hospital da Unimed lida com essa questão?

- Isso merece destaque. Nós temos um índice baixíssimo, de 2,7%, inferior ao hospital de São Paulo. E nessas estatísticas contam também os pacientes que já chegaram infectados, como aqueles que chegam com apendicite. A Organização Mundial de Saúde considera o índice ideal variando de 8% a 10% como tolerável.

- Uma confusão que se faz comumente é entre os planos que são regulamentados e os que não são. Em que os planos diferem?

- Quando foi editada a lei 9656/98 toda massa de usuários foi chamada a modificar o plano, porque o governo criou o que chamam de um plano de referência. Abaixo dele não pode ser considerado plano de saúde. Ao criar esse mínimo, muitas operadoras perderam seus planos. Para se ter uma idéia havia 3.800 operadoras e de saída restaram 1.600.

- Mas quais as diferenças entre os regulamentados e os não regulamentados?

- A partir daí todos os planos que resistiam ao plano de referência, mas que foram celebrados anteriormente a 1998, apesar de todos os argumentos e contratualmente não podiam ser rescindidos. Criou-se a diferença. Os regulamentados têm um plus em relação ao plano de referência, são mais flexíveis e têm menor carência e abrangência maior.

- Os planos de saúde são imprescindíveis no Brasil hoje?

- São fundamentais. O compromisso do Sistema único de Saúde é muito forte com a sociedade brasileira. O projeto SUS é muito bem elaborado. Agora tudo isso para se materializar custa dinheiro e as verbas alocadas não são suficientes para as necessidades.

- Onde o senhor identifica os maiores problemas do SUS?

- Na dificuldade de se atender as cirurgias eletivas. O SUS tem se dedicado ao atendimento da emergência e à maternidade, que são inadiáveis. A Medicina complementar tem 43 milhões de usuários. Imagine se essa quantidade de pessoas fosse devolvida ao SUS para ele tomar conta.

- Como seria esse quadro na Paraíba?

- Só o sistema Unimed cuida de 236 mil pessoas. O Sistema Geap tem mais seus 35 mil a 38 mil usuários e por aí vai. A Medicina complementar na Paraíba deve atender entre 300 mil e 400 mil usuários.

- Aquele mal estar que havia entre a Unimed e a rede privada de saúde é página virada?

- O relacionamento hoje é o melhor possível, inclusive porque, na época o susto e o temor que existiam da rede hospitalar privada é que a política estabelecida era de atemorizar, mas o mercado nasceu para todos. Hoje a Unimed compra na rede privada 41% de suas internações. E tem outro detalhe: a Unimed não poderia jamais sufocar a rede privada porque, de repente, a responsabilidade dela ficaria enorme, e não teríamos condições de atender a todos. Há um trabalho solidário e extremamente democrático.

- Por que a Unimed resolveu investir em promoção da saúde?

- Hoje já é aceito por todos: a operadora que não se preocupar com a promoção da saúde não será feliz. As estatísticas mostram que tantos nos Estados Unidos, como aqui na Paraíba, que a cada R$ 5 que se gasta para tratar uma doença, você gastaria R$ 1 para preveni-la, evitando que a pessoa adoecesse. Há uma carência muito grande de educação sanitária e você discutir com os grupos de portadores de doenças crônicas sobre como ele conviver e tirar o maior proveito frente a patologia que ele tem, mostra resultados muito bons.

- Que resultados o senhor destacaria?

- O grupo de diabéticos, por exemplo. Você orienta com uma equipe multidisciplinar e os resultados são surpreendentes. Antes desse programa havia diabéticos que se internavam todos os meses, o que é custoso para o diabético – cada vez que ele se interna deixa um pedacinho dele – e há desses diabéticos que nos últimos 12 meses não se internaram nenhuma vez sequer. Para operadora é economia e para ele um ganho sensacional que é o fato de não adoecer.

- O resultado com os cardíacos é semelhante ao com os diabéticos?

- É excelente. E a gente percebe que ainda falta muito de educação. Eles não sabem lidar com a doença que portam. E aí nós esclarecemos tudo. Se houver alguma dificuldade, ligue. Com os tabagistas, com a saúde da mulher em todas as etapas, da adolescente à melhor idade. Isso traz um resultado espetacular, um bem social muito importante.

- Qual o envolvimento hoje da Unimed com a responsabilidade social?

- As vantagens são muito grandes. Ninguém deve pensar só em si. Todos temos algo com o qual podemos ajudar o semelhante. Há muitas formas de se ajudar uma comunidade.

- Um exemplo?

- Criamos o grupo de inclusão digital que trabalha nas favelas na Padre Hildon e São Rafael. Veja bem: a Unimed, periodicamente, precisa mudar os computadores, até porque os programas são ampliados e os computadores ficam obsoletos, mas para uma pessoa aprender informática, eles são ótimos.

- É verdade que o coral de crianças da Unimed emocionou o presidente Lula?

- O pessoal do PNUD levou o coral para cantar no aniversário de Lula. O presidente é durão até certo ponto. E dizem que ele perguntou e esse coro? É da Paraíba, de uma favela. E o coral canta música em vários idiomas. Outra iniciativa na área artística foi a criação de um grupo de teatro. Aquelas meninas se sentem atrizes globais. Hoje todo mundo quer dar aula, coisa que imaginávamos ser um problema no início por falta de professores. Está faltando classe. Isso entusiasma o que demonstra que o homem é um ser solidário, que só precisa de incentivos.

- Quando a Unimed vai informatizar o atendimento para evitar que o usuário precise autorizar exames pessoalmente?

- Nós estamos montando um call center, que vai acabar com isso. No consultório o médico já vai pedir o exame, que será autorizado em 30 segundos. O laboratório ou a clínica de imagem já vai receber o pedido e quando você retornar ao médico, seu exame já estará com ele. A internação hospitalar a mesma coisa.

- Em quanto tempo esse sistema estará instalado?

- Em 60 dias. Só para aquilo que é duvidoso ou depende de auditoria, a mensagem retornará orientando para se dirigir a central de atendimento. O movimento vai cair para 10%.

- O que o senhor diz a elas?

- A estratégia maior daqui é a determinação, a vontade de fazer e procurar, ao fazer, fazer da melhor maneira possível.