O presidente da Unimed Paraíba, João Pessoa e Unigente, Aucélio Gusmão, concedeu uma entrevista ao jornal Correio da Paraíba. O material foi publicado na edição do último domingo (14), na editoria de Economia, página E- 6.
Aucélio Gusmão falou sobre o trabalho de responsabilidade social desenvolvido pela Unimed João Pessoa, através do UniGente, e contou o que está programado para o 5º Seminário Nacional de Responsabilidade Social das Unimeds, que será realizado esta semana em João Pessoa.
Veja abaixo a entrevista na íntegra:
A responsabilidade social está conquistando cada vez mais espaço nas grandes empresas. Na Paraíba, uma das instituições que se destaca nesta área é a Unimed João Pessoa, cooperativa de trabalhos médicos com quase 37 anos de tradição no mercado e mais de 119 mil clientes. Um passo importante para consolidar este trabalho foi dado em 2005, com a criação do Instituto UniGente.
Para o presidente da Unimed JP e do UniGente, Aucélio Melo de Gusmão, as empresas têm uma importante contribuição a dar à sociedade. “Evidentemente, existe um compromisso básico maior dos órgãos governamentais, mas a iniciativa privada também tem o seu papel a desempenhar sem que em nenhum momento pretenda substituir a ação governamental”, comentou.
Em entrevista concedida ao CORREIO, Aucélio Gusmão, que é anestesiologista e também preside a Unimed Federação da Paraíba, falou sobre o trabalho de responsabilidade social desenvolvido pela Unimed João Pessoa, através do UniGente, e contou o que está programado para o 5º Seminário Nacional de Responsabilidade Social das Unimeds, que será realizado esta semana em João Pessoa.
A entrevista
Por que as empresas, independentemente de serem cooperativas ou não, devem investir em responsabilidade social?
Se nós raciocinarmos a partir do ambiente de negócios em que uma empresa se insere, ela deve ter uma preocupação natural com todos aqueles que são partícipes do seu processo produtivo, do seu processo de sucesso. Nada custa, em seus orçamentos, a inserção de uma parcela para contribuir com aqueles menos afortunados que, de certa forma, não conseguem crescer na vida, não conseguem se incluir nesse ambiente de negócio, de trabalho e de qualidade de vida por falta de oportunidade. Evidentemente, existe um compromisso básico maior dos órgãos governamentais, mas a iniciativa privada também tem o seu papel social a desempenhar sem que, em nenhum momento, pretenda substituir a ação governamental.
O que representa a responsabilidade social para a Unimed João Pessoa?
A Unimed João Pessoa tem uma satisfação muito grande em ajudar, educar, orientar e, de certa forma, buscar impactar numa melhoria de qualidade de vida o conjunto social da nossa cidade. Isso lhe engrandece, lhe envaidece. Acredito que qualquer pessoa que faça o bem a outra deve sentir dentro do seu coração uma satisfação enorme. Por isso que a Unimed João Pessoa se sente feliz por ter adotado um programa dessa qualidade e por ter fundado em dezembro de 2005 o seu instituto de responsabilidade social, o UniGente.
Qual o papel do Instituto UniGente neste trabalho de responsabilidade social que a Unimed João Pessoa abraçou?
O UniGente foi criado para exercer a função de braço da Unimed João Pessoa dentro deste programa, que hoje é próprio de toda empresa que gosta de trabalhar o bem, de ajudar na construção de uma sociedade de resultados. Ele foi criado para que a empresa oferecesse algo ao ambiente do negócio em que ela está inserida. E isso é muito gratificante. Claro que não existe, de forma alguma, pretensão da Unimed João Pessoa de resolver o problema social, de resolver o problema de inclusão das pessoas no mercado de trabalho. O que se espera é que, através da educação, de uma orientação, de uma ajuda, o trabalho do UniGente signifique a emancipação de muitas pessoas ou mesmo possibilite que elas deixem de participar de algo que não lhes traria futuro e passem a integrar programas que vão lhes fazer cidadãos ou cidadãs de respeito dentro da sociedade. Não há pretensão, volto a dizer, de que a Unimed João Pessoa, de repente, resolva o problema social do todo. Mas, se espera que o UniGente impacte de forma positiva a vida daquelas pessoas que possa atingir através dos seus programas e ensinamentos.
Até que ponto a responsabilidade social contribui para resolver problemas tão comuns hoje em dia, como degradação ambiental, violência, criminalidade, falta de oportunidades para pessoas carentes...
Esses processos decorrem, fundamentalmente, da educação. Na medida em que você leva para essas comunidades menos emancipadas a discussão em torno destes temas e educa, mostrando que a destruição e que aquele comportamento não recomendável de nada constrói e só vai gerar mais dificuldades para todos, isso significa uma contribuição sensacional. O UniGente tem participado bastante com palestras educativas, tanto nesses núcleos habitacionais, como nos colégios públicos e agora também na rede privada, que está solicitando palestras educativas sobre saúde. E entre os programas mais solicitados estão, exatamente, aqueles que se prendem à saúde da mulher, desde a adolescência. Nós que somos médicos, e até de uma maneira geral a sociedade, temos assistido hoje a um agravamento terrível no que concerne às doenças sexualmente transmissíveis e à gravidez precoce. Através da educação, de treinamentos, de profissionalização e de uma orientação no que concerne à saúde, claro que isso vai impactar de forma bastante satisfatória no resultado final. E, só para lembrar vocês, nós temos um programa educativo nas redes de televisão locais (programa Viver Bem, exibido aos domingos em três emissoras de televisão, entre elas a TV Correio, do Sistema Correio de Comunicação). A essa altura, o programa já conta com mais de 300 edições e tem levado ajuda e proporcionado grandes melhorias para todo o conjunto social dessa cidade. Isso é muito significativo, isso pesa muito dentro de um contexto geral.
Quantos projetos o UniGente, desenvolve, atualmente?
Temos hoje 17 projetos e atividades que beneficiam, direta ou indiretamente, 40 mil pessoas, entre crianças, adolescentes, jovens, adultos, idosos e pessoas portadoras de necessidades especiais. Os focos são ocupação e geração de renda, saúde e cidadania, educação e cultura, preservação ambiental, desenvolvimento sustentável e voluntariado.
O UniGente trabalha com parcerias?
Procuramos deixar sempre claro que o UniGente e a Unimed João Pessoa não querem ser donos de projeto ou programa algum. Queremos sempre somar esforços para conseguirmos resultados cada vez mais satisfatórios. Um exemplo de parceria de sucesso é o Natal pela Vida, realizado todos os anos junto com o Sistema Correio de Comunicação e com o Coep, que é a maior rede de mobilização social do País. No ano passado, os cooperados, funcionários e clientes da Unimed João Pessoa conseguiram arrecadar 42 toneladas de alimentos que fizeram mais feliz o Natal de muitas famílias carentes em João Pessoa. Eu também destaco para vocês o Projeto Acessibilidade – Pró-Rampas, voltado para as pessoas com dificuldade de locomoção. Nós abraçamos a sinalização e o rampeamento da cidade e, com isso, facultamos uma condição ímpar àquelas pessoas que já tinham uma dificuldade que não buscaram, mas que o destino para elas o levou e que hoje participam desta sociedade sem dificuldades. Existem outros projetos e atividades também de suma importância, como o Mosaico, implantação de Nidecs (Núcleos de Inclusão Digital e Cidadania), coleta seletiva e outras iniciativas de preservação ambiental, desenvolvimento sustentável, consumo consciente, incentivo à leitura, Coral Jovem UniGente.
Já é possível perceber retorno para a imagem da Unimed João Pessoa possibilitado pelo Instituto UniGente?
As pessoas aumentaram o seu bem querer pela Unimed João Pessoa. Em pesquisas, em avaliações e nos depoimentos pessoais percebe-se o aumento do carinho que as pessoas dessa cidade têm pela Unimed exatamente pela maneira fina, cortês e cativante que tratamos as pessoas, buscando ajudar ao próximo, e devido à forma como a empresa se porta no seu cotidiano. Imaginem vocês que, mais das vezes, pessoas que não pertencem à Unimed e que também não têm condições econômicas de assim o fazê-lo, quando indagadas a propósito da Unimed, dizem: “Ah, aquilo é coisa boa, aquilo é um pessoal bom, aquilo só faz o bem, um dia ainda vou ser de lá”. Para nós, isso significa um estímulo muito forte, significa que estamos cumprindo um papel social interessante, tanto que é motivo de satisfação, é proposta de vida e de sucesso futuro destas pessoas um dia vir a participar dos programas da Unimed.
Em todo o Brasil, o Sistema Unimed tem desenvolvido um importante programa de responsabilidade social. Como estão os investimentos do Sistema nesta área?
De acordo com o Balanço Social do Sistema Unimed, somente em 2007 foram destinados R$ 746 milhões para a área de responsabilidade social em diferentes estados do País. Este montante credencia o Sistema Unimed como uma das instituições que mais investem em ações sociais no Brasil. O balanço indica que isso foi conseguido graças ao envolvimento de 188 singulares (Unimeds de cada cidade), de 10 federações, da Central Nacional Unimed e da Unimed Brasil. Juntas, elas beneficiaram 5,6 milhões de pessoas e 10 mil entidades com programas e projetos, principalmente, nas áreas de esporte, saúde, educação e cultura em todo o Brasil.
Esta semana, será realizado em João Pessoa o 5º Seminário Nacional de Responsabilidade Social das Unimeds. Como será o evento?
O 5º Seminário Nacional de Responsabilidade Social, que é o maior evento do Sistema Unimed nesta área, será realizado de 17 a 19 deste mês, ou seja, de quarta-feira a sexta desta semana, no Paço dos Leões, na Capital. Com o tema “Gestão Sustentável – Compromisso do Sistema Unimed”, o evento trará para a Paraíba alguns dos maiores especialistas no assunto, como o escritor Frei Betto, um dos mais importantes intelectuais brasileiros da atualidade. Também teremos palestra com o fundador da ONG Doutores da Alegria, Wellington Nogueira, e vários outros convidados renomados, a exemplo de Ilda Peliz, presidente da ONG Abrace; Miriam Duailibi, presidente do Instituto Ecoar; Rebecca Raposo, presidente do Centro de Estratégias para Organizações Sociais; Sérgio Rizzo, jornalista e crítico do Jornal Folha de São Paulo; e Maurício Andrés Ribeiro, secretário-geral substituto da Agência Nacional das Águas. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva será representado no seminário por Wagner Caetano Alves de Oliveira, que é secretário Nacional de Estudos e Pesquisas Político-Institucionais da Secretaria-Geral da Presidência da República, secretário Nacional de Articulação Social e coordenador Nacional do Prêmio ODM Brasil. Teremos a satisfação, ainda, de recepcionar autoridades importantes do Sistema Unimed, pois o evento tem como público-alvo representantes de Unimeds de todo o País e empresas parceiras. Esperamos um público de mais de 400 pessoas na Capital. Devo lembrar que o seminário é promovido pela Unimed Brasil e pela Fundação Unimed e está sendo realizado pela Unimed Federação Paraíba, Unimed João Pessoa e Instituto UniGente. A programação completa está disponível em um site que pode ser acessado através do Portal Unimed João Pessoa (www.unimedjp.com.br).
O tema do seminário é “Gestão Sustentável”. Na opinião do senhor, o que acontecerá, no futuro, com as empresas que não empreenderem uma gestão sustentável?
O programa que não tem continuidade, que é efêmero, de certeza não vai trazer bons resultados porque, uma vez aplicado, como não vai haver perenidade, as coisas não acontecerão ou se acontecerem serão de uma forma, mais ou menos, bisonha. Hoje, as grandes empresas ou as maiores empresas do País estão incluindo em suas propostas a responsabilidade social, estão ajudando às comunidades e fazendo com que, de certa forma, a vida destas pessoas melhore. Isso tem crescido de uma maneira tão significativa que, hoje, em concorrências públicas e privadas a empresa que não tiver programa de responsabilidade social já é excluída do processo, ela não pode participar. Sinal de que a responsabilidade social se tornou uma realidade, um fato irrevogável e que, daqui para frente, o futuro contará também com o apoio de todo o meio empresarial.
A que o senhor atribui o fato de João Pessoa ter sido escolhida para sediar o evento?
Eu não tenho dúvidas de que foi porque a Unimed de João Pessoa tem um programa que funciona, tem um programa de resultados. Tanto que, com menos de três anos de fundação do UniGente, ela já é reconhecida de utilidade pública, é filiada e bem recepcionada no Instituto Ethos de Responsabilidade Social, tem uma pontuação boa no ranking das Unimeds do Brasil e também já tem um reconhecimento, que será consagrado agora durante esse evento, do PNUD, que é o núcleo de responsabilidade social da Organização das Nações Unidas (ONU). Nós, por assim dizer, já marcamos um ponto com trabalhos, com êxitos e com resultados.
