O aumento das cirurgias plásticas, especialmente as estéticas, tem causado preocupação à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Como alguns aparelhos não podem ser submetidos a altas temperaturas, sua falta de esterilização aumenta as chances de contaminação por micobactérias, responsáveis pelas principais doenças infecciosas.
Segundo o órgão, o País já vive uma epidemia de infecções por micobactéria. A situação é descrita como "emergência epidemiológica" nunca vista no Brasil nem no exterior.
Para se ter uma idéia, foram registrados 2.025 casos em 14 estados, de janeiro de 2003 a agosto deste ano. A maioria deles aconteceu após a realização de videolaparoscopias abdominais (72%), seguidas por cirurgias pélvicas, ortopédicas e plásticas.
Este tipo de microorganismo infecta principalmente os materiais reutilizáveis como bisturis, pinças, sondas e outros que são utilizados em cirurgias e em microcirurgias como lipoaspiração, lipoescultura e outros procedimentos cirúrgicos.
DISCUSSÃO DO ASSUNTO
O assunto será debatido na próxima quarta-feira (22) pela enfermeira Ângela Lourenço, que é responsável pela Vigilância Sanitária do Espírito Santo. A palestra, que tem como tema “Surto de micobactéria de crescimento rápido (MCR)”, será realizada às 19h30, no auditório do Hospital Unimed JP.
O evento tem como público-alvo os colaboradores de Enfermagem e médicos cooperados. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas na Coordenação de Capacitação Funcional, através do ramal 205.
Ângela Lourenço também é mestre em Saúde Coletiva (UFES), especialista em Controle de Infecção Hospitalar (USP) e coordenadora do Programa Estadual de Controle de Infecção Hospitalar do Espírito Santo.